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Roriz é condenado em segunda instância e vira ficha-suja

Decisão do Tribunal de Justiça do DF é referente a escândalo que ficou conhecido como o da Bezerra de Ouro

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1 de 1 _FL_3492 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ex-governador Joaquim Roriz foi condenado nesta quarta-feira (14/10) pela Primeira Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) no escândalo da Bezerra de Ouro. Como a sentença é de segunda instância, Roriz passa a figurar na lista dos políticos ficha-suja. Na mesma ação, também foram responsabilizados o empresário Nenê Constantino e o ex-presidente do BRB Tarcício Franklin de Moura. Os três perderam o direito político por cinco anos e terão de devolver dinheiro aos cofres públicos.

A condenação deles diz respeito à partilha de um cheque no valor de R$ 2,2 milhões. Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Civil em conformidade com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontaram um acerto entre Roriz, Constantino e Franklin de Moura que teria configurado desvio de recursos públicos e favorecimento ilegal.

Na época, Roriz se defendeu alegando que as conversas interceptadas diziam respeito a um empréstimo de R$ 300 mil que ele teria feito com Constantino para a compra do embrião de uma bezerra, na Universidade de Marília, interior de São Paulo. Daí o episódio ser conhecido como o escândalo da Bezerra de Ouro. Ao então presidente do BRB, Franklin de Moura, Roriz, que cumpria o primeiro ano de seu mandato como senador, teria pedido que o aliado descontasse o cheque, do Banco do Brasil, no caixa do BRB.

Eu não sei o que é a Lei do Ficha Limpa, não tenho condenação.

Joaquim Roriz, em 2010, ao se lançar candidato pela terceira vez ao Palácio do Buriti

O caso foi revelado em 2007, no âmbito das investigações da Operação Aquarela, do MPDFT, cujos desdobramentos provocaram a renúncia de Roriz ao mandato de senador em julho daquele ano. Sete anos depois, em abril de 2014, Roriz foi absolvido em primeira instância pelo juiz Jansen Fialho, que considerou improcedente a ação dos promotores de Justiça. Mas eles recorreram e o TJDFT reformou a decisão que favorecia o ex-governador.

Os desembargadores que julgaram o recurso do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT foram Teófilo Caetano, Nídia Corrêa Lima e Simone Lucindo. Os condenados ainda podem tentar reverter a decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até no Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Roriz vai entrar com recursos. O Grande Angular não conseguiu contato com Nenê Constantino, nem Tarcísio Franklin de Moura.

Brasília(DF), 04/08/2015 - Sessão Solene de Outorga. Título de Cidadão Honorário de Brasília para o ex governador Joaquim Roriz no auditório do Memorial JK. Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A última aparição pública do ex-governador, que tem 79 anos, foi no dia 4 de agosto, quando ele recebeu o título de cidadão honorário de Brasília. Roriz se emocionou (fotos) ao ser homenageado no Memorial JK

História
Depois de governar o Distrito Federal por 13 anos intercalados (1988/1990, 1991/1995, 1999/2006), Roriz foi eleito senador em 2006. Iniciou o mandato em 2007 e renunciou cinco meses depois. A decisão foi justamente para escapar de um eventual processo de cassação devido ao escândalo da Bezerra de Ouro.

Antônio Cruz/Agência Brasil
Roriz desistiu de disputar o Palácio do Buriti para um quarto mandato em 2010

Candidato nas eleições de 2010 ao Buriti, desistiu de concorrer em meio ao debate, no STF, sobre a validade da Lei da Ficha Limpa para aquele pleito. O ex-governador escalou a mulher Weslian Roriz para disputar em seu lugar. Ela perdeu no segundo turno para o petista Agnelo Queiroz.

Com a doença do ex-governador (ele é diabético e doente renal crônico), o clã tem uma única representante na vida política local: a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB).

A outra filha, Jaqueline, também foi enquadrada na Lei da Ficha Limpa e está inelegível pelo envolvimento na Operação Caixa de Pandora. Ela foi condenada por receber dinheiro de propina para bancar a campanha eleitoral a deputada federal. O filho dela, Joaquim Roriz Neto, não conseguiu se eleger na campanha do ano passado à vaga de deputado federal. (Colaboraram Maria Eugênia e Manoela Alcântara)

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