metropoles.com

Residencial geriátrico no Lago Sul: MP proíbe venda de apartamentos e fixa multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento

O Residencial Garden, responsável pela Vila Raiô, se comprometeu a mudar registro do imóvel e a não vender unidades residenciais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Breno Esaki/Especial Metrópoles
Obra Lago Sul6 (1)
1 de 1 Obra Lago Sul6 (1) - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) fechou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Residencial Garden Empreendimentos Imobiliários Ltda, responsável pelo projeto Vila Raiô, de residências geriátricas no Lago Sul. O documento foi assinado na última quarta-feira (19/4).

Segundo o acordo, a empresa deve cancelar a incorporação imobiliária registrada para o imóvel no cartório, em 30 dias.

Depois, o Residencial Garden deve adequar o funcionamento e a forma de gestão da Vila Raiô de modo a compatibilizá-lo ao uso institucional previsto para o lote, sem que isso implique venda de imóveis a terceiros para fins residenciais. Ou seja, é proibida a venda de apartamentos ou casas no local.

7 imagens
Moradores do Lago Sul denunciam que empreendimento de residências geriátricas é, na verdade, fachada para apartamentos de luxo
Apartamentos são proibidos no Lago Sul, bairro nobre da capital federal que abriga casas e comércios
Projeto do empreendimento
Planta da Vila Raiô
Informações sobre os imóveis
1 de 7

Empreendimento Vila Raiô será erguido na QI 21 do Lago Sul

Reprodução
2 de 7

Moradores do Lago Sul denunciam que empreendimento de residências geriátricas é, na verdade, fachada para apartamentos de luxo

Reprodução
3 de 7

Apartamentos são proibidos no Lago Sul, bairro nobre da capital federal que abriga casas e comércios

Reprodução
4 de 7

Projeto do empreendimento

Reprodução
5 de 7

Planta da Vila Raiô

Reprodução
6 de 7

Informações sobre os imóveis

Reprodução
7 de 7

Localização da Vila Raiô

Reprodução

A empresa também se comprometeu a prestar os serviços de apoio e atenção integral à saúde para a população local, por meio do acesso às suas clínicas e instalações.

O empreendimento foi acusado por moradores de ser uma fachada para venda de apartamentos, o que é proibido no Lago Sul. Um inquérito civil público foi aberto para apurar o caso. Com a assinatura do TAC, o MPDFT se comprometeu a arquivar a investigação.

Se a empresa descumprir o acordo, deverá pagar multa diária, que pode variar entre R$ 5 mil e R$ 200 mil.

Caso o Residencial Garden não apresente, em até 75 dias, a certidão atualizada da matrícula do imóvel, contendo o registro do cancelamento do ato de incorporação imobiliária, ele deverá pagar R$ 1 milhão por descumprimento do acordo.

Risco

A promotora de Justiça Laís Cerqueira disse que havia risco de os imóveis serem desvirtuados e, no futuro, se tornarem residências comuns.

“Mesmo tendo colocado na convenção de condomínio que o imóvel devia ser habitado por um idoso e que esse morador tinha que se vincular aos serviços oferecidos nas clínicas, a gente corria o risco de, futuramente, o idoso vir a falecer ou vender a unidade ou a família vender posteriormente, e a convenção de condomínio poderia ser modificada. Sendo modificada, poderia mudar até o próprio uso das residências, que poderiam virar residência comum”, afirmou.

Em nota, o Garden afirma que o acordo celebrado com o Ministério Público “ratifica a postura da Garden de cumprir as normas urbanísticas e desenvolver um empreendimento institucional composto por clínicas e residências geriátricas”.

Entenda

As unidades residenciais da Vila Raiô teriam 128 metros quadrados, 146 m² e 258 m² — os maiores são coberturas.

O alvará permite a construção de “residências geriátricas”, o que é previsto na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). Porém, segundo representantes dos moradores da região, trata-se, na verdade, de apartamentos, os quais são proibidos no Lago Sul.

O Lago Sul é a região mais rica de todo o Brasil, segundo o Mapa da Riqueza, da Fundação Getulio Vargas (FGV) Social. O estudo revela que a renda por pessoa na região administrativa chega a R$ 23,1 mil.

No bairro, são permitidos apenas casas e comércios. O anúncio da Vila Raiô informa que o empreendimento terá convênio com a Clínica Amplexus, para um “programa completo de atenção à saúde, com cuidado integral, acompanhamento médico e todo apoio para que as pessoas 60+ [com mais de 60 anos] possam desfrutar a vida sem preocupações, deixando a rotina fluir com leveza e tranquilidade”.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), que havia autorizado o empreendimento, chegou a abrir procedimento de revisão do alvará após as denúncias.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?