“Queremos feminicídio zero no DF”, diz secretário de Segurança Pública
Em entrevista ao Metrópoles, Sandro Avelar afirmou que 59% das vítimas desse crime em 2023 não registraram ocorrência contra os assassinos
atualizado
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Em 2023, das 32 vítimas de feminicídio que morreram no Distrito Federal, 59,4% não chegaram a registrar ocorrência por violência doméstica contra os assassinos. Em entrevista ao Metrópoles, nesta sexta-feira (22/12), o secretário de Segurança Pública Sandro Avelar defendeu a importância da denúncia de agressões, a fim de se evitar um crime mais grave. “Não queremos reduzir os números. Queremos feminicídio zero”, frisou.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) conta com programas e dispositivos para atender às vítimas de violência de forma rápida e eficiente, segundo o chefe da pasta.
“Nós, na Segurança Pública, temos criado meios que nos permitam atender à mulher vítima de violência ou sob ameaça com a maior rapidez possível. Temos disponibilizado nas delegacias [especializadas] dispositivos como o botão do pânico, com o qual a mulher, na presença do agressor, pode nos acionar diretamente”, afirmou Sandro Avelar.
Assista:
O acionamento faz a secretaria receber a comunicação e, rapidamente, enviar um carro da Polícia Militar até o local informado, bem como entrar em contato com a mulher e com o agressor, para que ele se afaste. “Temos números que comprovam que isso funciona. Só este ano, tivemos 40 casos de mulheres que nos acionaram, e o agressor foi interpelado”, comentou.
Até a última quarta-feira (20/12), o número de vítimas feminicídios no DF dobrou, em relação a todo o ano passado. “Temos criado projetos que, preferencialmente, empreguem essas mulheres em situação de vulnerabilidade, vítimas de ameaça e agressões por parte dos companheiros, para que elas não precisem mais depender financeiramente desse agressor”, lembrou o secretário, ao ser questionado sobre as ações do governo local para evitar novas ocorrências de violência doméstica.
Assista à entrevista completa:
Queda em homicídios
Entre janeiro e a última quarta-feira (20/12), o Distrito Federal registrou queda de 8% no número de vítimas de homicídio, em relação ao mesmo período de 2023, com um total de 247 casos.
Sandro Avelar destacou que esse tipo de crime segue em redução há uma década na capital do país. “Isso mostra uma consistência no trabalho que tem sido feito. Desde 2013, ano a ano, os números têm caído um pouco”, enfatizou.
Em 2022, o Distrito Federal teve o menor número de mortes por assassinato em 46 anos. A quantidade ficou em 277 no período. A expectativa do chefe da Segurança Pública é de que a redução se mantenha, também, ao fim de 2023.
Para o secretário, a meta é aumentar a sensação de segurança entre a população. “Estamos no caminho certo, mas é preciso que continuemos engajados”, completou Avelar.
Como exemplos de ações adotadas pela pasta que contribuíram com o cenário de redução dos assassinatos, Sandro Avelar mencionou o uso de câmeras públicas de videomonitoramento e o mapeamento da criminalidade.
“Se comparado a outras unidades da Federação, [o DF] está em um nível tolerável [quanto à sensação de insegurança]. Mas tentamos trabalhar com eficiência e com o videomonitoramento, para compensar o efetivo dos nossos policiais”, pontuou.
Em relação ao déficit de servidores nas polícias, o secretário argumentou que os processos seletivos ocorrem de maneira demorada. “Às vezes, perdemos um grande número de policiais, que se aposentam, e, para repor, é mais devagar.”