Projeto de deputadas inclui grávidas na vacinação contra a Covid
As deputadas federais do PSol Sâmia Bomfim e Talíria Petrone protocolaram um projeto de lei para que grávidas e puérperas façam parte do PNI
atualizado
Compartilhar notícia
As deputadas federais Sâmia Bomfim (PSol-SP) e Talíria Petrone (PSol-RJ) protocolaram, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei para incluir grávidas e puérperas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. A proposta foi apresentada na tarde desta quarta-feira (14/4).
Sâmia e Talíria argumentam que o Brasil ocupa o primeiro lugar em mortalidade de mulheres gestantes e puérperas por Covid-19 no mundo.
“Um estudo do International Journal of Gynecology and Obstetrics intitulado The Tragedy of COVID-19 in Brazil, aponta para a gravíssima realidade na qual o país se encontra, cuja razão de mortalidade de pessoas gestantes e puérperas por Covid-19 é, sozinha, equivalente a 77% de todas estas mortes no mundo, em todos os demais países somados”, citaram.
Veja o projeto de lei:
Na semana passada, Sâmia participou de uma reunião com a ginecologista-obstetra Melania Amorim e o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), justamente para tratar da prioridade na vacinação de grávidas e puérperas.
O PL das deputadas do PSol deve ser apensado a um outro projeto de lei, de autoria de Marcelo Ramos, segundo o qual grávidas, puérperas e lactantes – com comorbidades – precisam ter prioridade na vacinação. A expectativa é que a proposta seja pautada em regime de urgência, na próxima semana.
Mortalidade materna por Covid-19
A médica Melania chamou a atenção para um manifesto da Rede Feminina de Ginecologistas e Obstetras, que destaca ainda não terem sido tomadas providências para reduzir a mortalidade materna por Covid-19 no Brasil.
“Embora evidências diversas tenham se acumulado de que a gestação e o pós-parto aumentam o risco de complicações e morte por Covid-19 (5,6), também é certo que houve falhas assistenciais em proporção significativa das mortes maternas em nosso país. Além da desorganização dos serviços de assistência pré-natal, com suspensão de consultas, encontramos problemas importantes de acesso ao atendimento adequado da Covid-19, falta de testes diagnósticos, falta de insumos terapêuticos e de leitos de UTI específicos para a população obstétrica”, diz trecho do documento.
Confira o manifesto na íntegra: