Procurador-geral de Justiça anuncia inteligência artificial no MPDFT
Em entrevista à Grande Angular, do Metrópoles, procurador-geral de Justiça do DF, Georges Seigneur, fez balanço do 1º ano de mandato
atualizado
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O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Georges Seigneur, disse que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) terá um projeto-piloto para uso de inteligência artificial com objetivo de ajudar na elaboração de peças, a partir do primeiro semestre de 2024.
Em entrevista à coluna Grande Angular, do Metrópoles, Seigneur disse que “a inteligência artificial jamais pode substituir o trabalho, mas pode auxiliar”. “A nossa ideia é que quando um processo chegue, a inteligência artificial faça um pré-parecer, uma pré-ideia daquilo que deve ser feito ou até uma minuta. O corpo técnico e o promotor confeririam”, afirmou.
Segundo o procurador-geral de Justiça do DF, as ferramentas de IA que serão utilizadas nesse período de teste ainda estão em análise e dependerão de acordos do MPDFT com empresas de tecnologia. “A ideia é que a gente consiga ter uma prestação [de serviço] melhor, ter um resultado melhor. E quando você tem acesso a esses dados rapidamente, consegue fazer com que a população tenha acesso mais fácil à Justiça”, enfatizou.
Veja trecho da entrevista:
Durante a entrevista, Seigneur também comentou a nomeação de Paulo Gonet como procurador-geral da República. O PGJ do DF disse que o novo PGR “é uma pessoa muito centrada e muito justa”.
“O Gonet sempre foi uma pessoa muito ponderada, muito firme na sua atuação. Ou seja, ele junta exatamente esse equilíbrio entre o diálogo e a firmeza no momento que tem que ser. E eu acho que isso é algo que é a cara do Ministério Público”, declarou.
Combate ao feminicídio e modernização
O procurador-geral de Justiça do DF fez um balanço do primeiro ano de mandato durante a entrevista concedida à coluna. Seigneur citou a criação de uma comissão específica para o combate e prevenção ao feminicídio, no ano em que o DF registrou 32 casos, quase o dobro do ano anterior, quando a capital do país teve 17 vítimas.
Seigneur enfatizou que a pena para o feminicídio é a segunda maior pena do direito brasileiro, dado que aponta que os autores do crime não são coagidos a desistir pela consequente punição. “Na verdade, precisa impedir que o crime ocorra. Isso é um fenômeno muito mais importante e muito mais necessário. Então, a atuação, tem que ser multifacetada”, afirmou.
O chefe do MPDFT também falou sobre desafios do primeiro ano de mandato, acordos de cooperação técnica para compartilhamento de dados – incluindo com o Ministério Público Federal (MPF) para combate à macrocriminalidade –, modernização do Ministério Público, trabalho híbrido, inauguração de espaço para atendimento físico e digital, entre outros temas. Assista à íntegra da entrevista com Georges Seigneur: