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PPCub: Lago será cercado por 9 mil apartamentos com até 27 mil moradores

O novo bairro às margens do Lago Paranoá e a poucos metros do Palácio da Alvorada equivalerá a 12 superquadras

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Arte/Metrópoles
Imagem de satélite mostra Trecho 4 do Setor de Clubes Esportivos Sul
1 de 1 Imagem de satélite mostra Trecho 4 do Setor de Clubes Esportivos Sul - Foto: Arte/Metrópoles

Com a permissão para que lotes destinados a clubes a poucos metros do Palácio da Alvorada possam abrigar hotéis e apart-hotéis, as margens do Lago Paranoá poderão ter 9 mil novos apartamentos, quantidade equivalente às moradias de 12 superquadras do Plano Piloto juntas. Seria um novo bairro na área tombada, com 27 mil habitantes.

O Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) foi aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na semana passada. O projeto de lei complementar que institui o PPCub autoriza a mudança no uso de cinco terrenos do Trecho 4 do Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES): os dois lotes do Clube de Caça e Pesca, a Academia de Tênis, a Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão (Labre) e o Clube das Nações.

Como clubes, os cinco imóveis do SCES têm valor estimado de R$ 150 milhões. Com a permissão para construção de apartamentos, esses terrenos serão hipervalorizados e passarão a R$ 1,4 bilhão.

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Um dos beneficiados com a mudança na destinação dos lotes do SCES é o empresário Roberto Rubinger Botelho, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF) e proprietário de dois dos cinco lotes. Botelho defendeu a aprovação do PPCub e acompanhou a votação de perto na CLDF. À coluna Grande Angular Botelho disse que não há conflito de interesse.

A Ademi-DF afirmou, em nota, que o fato de o presidente ter dois lotes em área que poderá ser impactada pela nova legislação “é tratado com transparência e não impõe conflito de interesses, pois a vigência do PPCub impactará todas as empresas que atuam no setor”. “A entidade atua na defesa institucional do segmento, endereçando soluções de interesse coletivo, do conjunto do mercado. Essa visão, do interesse coletivo, pauta a conduta e atuação do presidente da entidade”, declarou.

Hotel implodido

A região em que o novo bairro poderá ser erguido faz parte da área tombada de Brasília, onde há regras para construções a fim de preservar a cidade, que é Patrimônio da Humanidade desde 1987.

Foi próximo dessa área que um esqueleto de um hotel de luxo de 13 andares foi implodido, em 2007, durante o governo de José Roberto Arruda. O edifício tinha 38 metros de altura a mais que o permitido.

Quando o prédio começou a ser erguido, os proprietários seguiram as regras de construção à época, mas as normas foram alteradas em 1991, em função do título de Patrimônio da Humanidade concedido a Brasília, em 1987, e o posterior tombamento. A iniciativa foi do conselheiro do Conselho de Arquitetura, Urbanismo Meio Ambiente (Cauma) Luiz Estevão. Desde então, os prédios dessa área só podem ter até nove metros de altura.

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