Polícia Civil do DF investiga venda de “kit” contra coronavírus
A Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, Propriedade Imaterial e Fraudes (Corf) apura se é um caso de propaganda enganosa
atualizado
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A Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, Propriedade Imaterial e Fraudes (Corf) abriu investigação para apurar a venda de kit para fortalecer a imunidade e evitar os sintomas “mais graves” da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
O objetivo da Polícia Civil do DF é verificar se é um caso de propaganda enganosa, crime previsto no Código de Defesa do Consumidor.
Como mostrou a Grande Angular, o médico Pedro Leão anunciou o produto nas redes sociais. Em vídeo, ele afirma que espera ajudar os pacientes com o lançamento do medicamento, produzido em parceria com uma farmácia de manipulação.
“Investir na imunidade é muito mais importante do que na prevenção, porque vai ser muito difícil escapar desse vírus”, diz o médico na gravação.
O medicamento foi batizado de kit Imunidade de Leão – uma referência ao sobrenome do especialista em emagrecimento e performance esportiva – e é comercializado nas versões para menores de 15 anos, maiores de 15 anos e acima de 50. Os valores variam de R$ 286 a R$ 1.266.
Confira:
Conduta médica
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), Farid Buitrago, informou que abriu sindicância para investigar a conduta do médico.
“Não existe nenhum protocolo científico sobre qualquer tratamento relacionado ao novo coronavírus. Assim, qualquer tipo de produto é propaganda enganosa. Trata-se de aproveitadores que estão tentando tirar vantagem da ingenuidade das pessoas neste momento de desespero”, afirmou Farid.
Após apresentar defesa, a conduta do médico Pedro Leão será avaliada por um colegiado, que pode decidir pela cassação do registro profissional do especialista em emagrecimento e performance esportiva.
O presidente do CRM-DF alerta, ainda, sobre falsas receitas para aumentar a imunidade compartilhadas por médicos nas redes sociais. “Nada. Nenhum medicamento ou alimento pode ser prescrito. Todas essas condutas são reprováveis. E nós estamos alertas para que a população não seja enganada”, frisou.
O que diz o médico
“Não digo em nenhum momento que é um remédio para o coronavírus. É um produto meramente para reforço imunológico, para melhorar as respostas imunológicas. Não falo em cura nem em prevenção de coronavírus”, afirmou o médico à Grande Angular.