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PM que cobriu folga de Naime diz que não foi chamado a reunião do 8/1

O coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra é ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal

atualizado

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Reprodução/CLDF
coronel paulo josé ferreira
1 de 1 coronel paulo josé ferreira - Foto: Reprodução/CLDF

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, que atuava como comandante interino do Departamento de Operações (DOP) em 8 de janeiro, disse que não foi convidado para participar da reunião preparatória para atuação das forças de segurança dos atos antidemocráticos.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na manhã desta quinta-feira (21/9), o coronel afirmou que não recebeu nenhum documento sobre a reunião convocada pela Subsecretaria de Operações Integradas, da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

“Eu não fui convidado, eu não recebo, respondendo pela chefia, documento chamando para a reunião, não sou incluído no grupo de WhatsApp para tratar das decisões sobre o que estava sendo conversado sobre as manifestações e não recebo ligação da subsecretaria de Operações Integradas, coronel Cíntia. Não recebo nenhuma solicitação dela”, enfatizou.

O militar assumiu a chefia interina do DOP na semana anterior aos atos antidemocráticos, quando o titular, coronel Jorge Eduardo Naime, saiu de licença.

Paulo José disse que a tropa da PMDF ficou de sobreaviso e não de prontidão no dia 8 de janeiro por ordem do então subcomandante-geral, coronel Klepter Rosa.

Em sobreaviso, os PMs podem ficar em casa, mas com possibilidade de serem chamados a qualquer momento. Já de prontidão, os militares devem ficar nas unidades policiais à espera de atuação.

Segundo Paulo José, o responsável pelo planejamento da atuação da PMDF no dia 8 de janeiro era o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues. “Ele pediu duas companhias operacionais. Se ele pedisse 10 companhias operacionais, seriam apresentadas 10 companhias operacionais. Ele coloca no ofício que, caso o planejamento mude, o departamento será informado”, declarou o depoente.

O coronel disse que estava afastado de novembro ao dia 2 de janeiro e, quando voltou ao DOP, não encontrou os coronéis responsáveis pela unidade e foi designado para assumir o departamento. “Estranhei”, enfatizou.

Paulo José disse que avisou ao então comandante-geral da PMDF, Fábio Augusto Vieira, e ao comandante do DOP, coronel Jorge Eduardo Naime, que iria para a reserva remunerada no dia 11 de janeiro porque completou 30 anos de serviço e estava com problemas de saúde.

O coronel Paulo José foi um dos sete ex-integrantes da cúpula da PMDF denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele está preso preventivamente, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, desde o dia 18 de agosto.

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