Paulo Pimenta recebe representantes da imprensa, condena agressões e reafirma compromisso com trabalho de jornalistas
O ministro da Secom, Paulo Pimenta, se solidarizou com profissionais da imprensa agredidos nos atos terroristas e prometeu acompanhar caso
atualizado
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O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, recebeu representantes da imprensa, nesta segunda-feira (9/1), para prestar solidariedade aos jornalistas agredidos durante os atos terroristas que ocorreram em Brasília, no domingo (8/1) e reforçar o compromisso com a liberdade de imprensa. Esteve presente também no encontro o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant.
“Queria manifestar minha solidariedade e reafirmar nosso compromisso com a liberdade de trabalho dos jornalistas”, disse Paulo Pimenta ao grupo.
O ministro também se comprometeu a intermediar contato com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para apurar os casos registrados de violência contra jornalistas na capital. Pelo menos 14 profissionais da imprensa foram agredidos ou tiveram equipamentos roubados durante a cobertura dos atos terroristas.
Paulo Pimenta disse aos representantes da imprensa que o jornalismo é um dos pilares da democracia e afirmou ser inaceitável o cerceamento do direito de os profissionais exercerem o trabalho. Segundo o ministro, ele vai acompanhar pessoalmente as apurações e solicitará à polícia a criação de um “ambiente seguro para que jornalistas registrem ocorrências”.
Veja fotos da invasão Congresso:
Participaram da reunião integrantes do Sindicato dos Jornalistas do DF, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da organização Repórteres sem Fronteiras.
Uma das profissionais agredidas é a fotojornalista do Metrópoles Rafaela Felicciano. Ela foi cercada por 10 homens, levou chutes, socos e teve o cartão de memória da máquina fotográfica e o celular roubados pelos criminosos. Rafaela foi ao encontro com o ministro, acompanhada da editora-executiva do Metrópoles, Priscilla Borges.
O diretor da Abraji Guilherme Amado disse que a iniciativa da Secom de se solidarizar com jornalistas e se comprometer a acompanhar as apurações “é inédita e bem-vinda”.
“O ministro Paulo Pimenta afirmou que pediria ao presidente Lula que falasse ao país em defesa da liberdade de imprensa e da segurança do exercício da imprensa. Isso é fundamental. Depois de quatro anos com o chefe do Executivo atacando jornalistas, será muito importante que o novo governo acene na direção do respeito ao nosso trabalho”, disse o diretor da Abraji.
A coordenadora-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, Juliana Cézar Nunes, disse que os terroristas “visivelmente tiveram padrão de abordagem dos jornalistas, tanto em termos de abordagem, agressões físicas e roubo de equipamentos”.
Veja fotos da invasão Planalto:
“Os policiais militares não protegeram e não acolheram os jornalistas que foram pedir ajuda. Pelo contrário, eles também cometeram agressões. A gente considera fundamental que o governo federal, por meio da equipe de intervenção, priorize as investigações das agressões contra jornalistas e que haja escuta atenta, em separado e segura dos jornalistas. Esperamos que os responsáveis, tanto os terroristas quanto os policiais militares omissos, sejam devidamente identificados”, afirmou Juliana.
A Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas solicitaram ao ministro da Secom ações de curto prazo, como identificação e punição dos responsáveis pelas agressões, adoção de discurso institucional de valorização do jornalismo e diálogo com os empregadores para cobrar ou alertar sobre a necessidade de adoção de medidas de segurança mitigatórias aos riscos.
Em médio prazo, os representantes dos jornalistas pediram que o governo federal dê apoio à proposta da FIJ de criação de convenção da ONU específica para segurança de jornalistas e crie o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas.