metropoles.com

“Palavra final sobre conflitos jurídicos é do STF”, diz Pacheco

Na Itália para o II Fórum Esfera Internacional, o presidente do Senado comentou proposta sobre Congresso derrubar decisões do STF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Luciana Vassoler/Divulgação
Rodrigo Pacheco
1 de 1 Rodrigo Pacheco - Foto: Luciana Vassoler/Divulgação

Roma – Em Roma, na Itália, para participar do II Fórum Esfera Internacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) falou sobre as propostas que tramitam no Congresso Nacional a fim de limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Sobre a Proposta de Emenda à Constituição que trata da limitação das decisões monocráticas, Pacheco afirmou que “é bom para o país”. No entanto, sobre a possibilidade de o Congresso derrubar decisões do Supremo, Pacheco fez uma reflexão: “Me parece que padece de inconstituicionalidade”, disse neste sábado (12/10).

O presidente do Senado participou de coletiva de imprensa com os jornalistas que estavam no local e completou: “De fato, a palavra final sobre conflitos jurídicos é, necessariamente, do Poder Judiciário, através da Suprema Corte do país. É assim que funciona. É assim que deve funcionar”, afirmou.

O comentário se deu após a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 28/2024, que permite ao Congresso Nacional derrubar decisões tomadas pelo STF mediante votos favoráveis de dois terços da Câmara e do Senado.

Se o texto virar lei, portanto, será necessário o aval de, no mínimo, 342 deputados e 54 senadores para a derrubada das decisões. Na CCJ, houve 38 votos favoráveis e 12 contrários ao texto. Agora, a proposta segue para uma comissão especial, que ainda será criada.

Inconstitucional

No STF, a proposta aprovada pela CCJ para limitar os poderes da Corte é vista como “inconstitucional” e “sem futuro”. Nos bastidores, ministros analisam que a limitação das decisões monocráticas e o possível “aval” ao Congresso Nacional para revogar decisões de magistrados da Corte ferem a Constituição Federal e esbarram em cláusulas pétreas.

Essas cláusulas são dispositivos da Constituição Federal imutáveis, ou seja, que não podem ser alterados. Entre as cláusulas pétreas, estão o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos poderes, bem como os direitos e as garantias individuais. E a argumentação é justamente que a proposta da CCJ fere a separação dos poderes.

Em plenário, na quinta-feira (10/10), o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, ao falar sobre o aniversário da Constituição, a importância do voto e a confiabilidade das urnas eletrônicas, ressaltou que o Supremo e os seus magistrados não aspiram “unanimidade”. “As pessoas pensam diferente. Pensamento único é coisa de ditaduras. Legitimidade é diferente de popularidade.”

Barroso ainda completou: “Num mundo plural, não existe unanimidade, porém, não se mexe em instituições que estão funcionando e cumprindo bem a sua missão por injunções dos interesses políticos, de circunstâncias ou de ciclos eleitorais”, completou o presidente da Corte.

Decisões monocráticas

Na Itália, Pacheco também falou sobre a PEC nº 8/2021, que veda decisões monocráticas para ministros do STF e dos demais tribunais superiores. O texto, como está, proíbe que decisões individuais suspendam leis ou atos do presidente da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Congresso Nacional.

“Em relação à PEC das decisões monocráticas, gostaria de convocar aqui a compreensão de todos e dizer que está longe de ser qualquer tipo de revanchismo, retaliação ou de afronta ao STF ou ao Poder Judiciário. Eu não me submeteria a isso”, disse.

No entanto, Pacheco disse ser favorável à medida. “Peço a reflexão de todos. Uma lei que passou pelas duas casas do Congresso, sancionada pelo presidente do República, a sua inconstitucionalidade só pode ser considerada pelo colegiado, não por decisão monocrática. Acho muito óbvio. É boa para o país. Garante que uma lei só pode ser considerada inconstitucional pelo colegiado, pois a força do STF está na sua colegialidade, não na sua individualidade”, concluiu.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?