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Nepotismo: TCDF investiga nomeação de esposa de Iohan para cargo no Iges-DF

Larissa Barreto Ferraz Struck foi nomeada para a vaga em comissão em junho. Considerado foragido por quase um mês, Iohan se entregou

atualizado

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Iohan e a esposa
1 de 1 Iohan e a esposa - Foto: Reprodução/ Facebook

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) investiga a possível prática de nepotismo na nomeação da esposa do ex-subsecretário de Administração Geral (SUAG) da Secretaria de Saúde Iohan Andrade Struck em cargo comissionado do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF).

Alvo da operação Falso Negativo, que investiga fraudes na compra e aplicação de testes de Covid-19, Iohan Struck se entregou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nesta terça-feira (22/9), após passar quase um mês foragido. De acordo com os investigadores, Iohan e seus comparsas teriam roubado, pelo menos, R$ 18 milhões dos cofres do GDF.

Iohan é servidor de carreira da Secretaria de Saúde e foi nomeado para o cargo de subsecretário em março deste ano. Já sua esposa, Larissa Barreto Ferraz Struck, não possui cargo efetivo, mas atuava como enfermeira do Iges-DF. Em junho de 2020, ela assumiu o cargo em comissão de Chefe do Núcleo de Compras Diversas do instituto.

Em 5 de agosto, o plenário da Corte de contas acolheu, por unanimidade, representação apresentada pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (MPjTCDF) e estipulou prazo de 15 dias para que o Iges-DF apresentasse esclarecimentos pertinentes.

A manifestação do Iges-DF foi protocolada no TCDF em 21 de agosto e, de acordo com a assessoria de imprensa da Corte, já foi analisada pelo corpo técnico do tribunal.

O processo está no Ministério Público junto ao TCDF para emissão de parecer. Após a manifestação, o caso retorna ao gabinete do relator, conselheiro Márcio Michel, para nova análise e futura apreciação do plenário.

Preocupação

Como mostrou a Grande Angular, em conversas interceptadas pelos investigadores e transcritas no processo que subsidiou o pedido de prisão preventiva dos integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde no âmbito da Operação Falso Negativo, Iohan manifesta preocupação com a possibilidade de a investigação atingir sua esposa.

A conversa, gravada em 16 de julho, é com Eduardo Pojo do Rego, ex-secretário adjunto de Gestão em Saúde.

“No processo não tem nada no nome dela. Entendeu? Só que lá no Iges, pegar a transparência, vai ver que tem lá o nome dela, que ela é a chefe de Compra de Insumos Diversos, entendeu”, disse Iohan na ligação.

Pojo responde: “Pra que mudar a porra do sobrenome? Tá vendo, isso não deveria acontecer nunca”. Iohan concorda.

Colaboração

Foragido desde 25 agosto, Iohan buscava costurar colaboração com o MPDFT por meio de seus advogados. Ele queria contar sua versão aos promotores, mas estava fazendo de tudo para evitar a prisão.

Metrópoles apurou que Iohan chegou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acompanhado dos advogados. Promotores efetuaram a prisão do servidor, que será encaminhado ao IML e, posteriormente, à carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Desde essa segunda-feira (21/9), as autoridades do DF pediram a inclusão do servidor da Saúde no cadastro nacional de foragidos da Justiça.

O que pesa contra Iohan

De acordo com a denúncia feita pelo MPDFT, Iohan Struck, como Subsecretário de Administração Geral (SUAG), era a pessoa incumbida de conduzir os procedimentos licitatórios de modo a viabilizar a vitória da empresa previamente escolhida pelo grupo.

Segundo os promotores, o servidor, além de realizar atos fraudulentos no âmbito de suas atribuições, chegava a concentrar para si atos administrativos importantes, como a pesquisa de preços – que, na maioria das vezes, sequer ocorria e que, quando existia, era viciada.

Nessa linha, os promotores apontam que o denunciado ainda se movimentava para buscar a efetivação do certame, como no caso em que ele conseguiu obter no Fundo de Saúde do Distrito Federal verba até então inexistente para contratar a empresa Biomega.

“Vale dizer, era a pessoa responsável por providenciar o encaminhamento necessário aos procedimentos até o seu desfecho desejado pela organização criminosa”, diz a denúncia do MPDFT sobre Iohan.

 

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