MPT investiga agressões contra mais funcionários da Embaixada das Filipinas
Gravações indicariam que servidores seriam agredidos verbalmente pela embaixadora Marichu Maur. Doze pessoas trabalham no local
atualizado
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga as agressões da embaixadora das Filipinas no Brasil, Marichu Mauro, contra outros funcionários da representação do país asiático em Brasília. De acordo com a procuradora à frente das investigações, Carolina Mercante, as câmeras de vigilância interna do prédio registraram cenas de possíveis agressões verbais.
“As imagens indicam que ela agredia verbalmente outros funcionários e que as agressões eram constantes”, revelou a procuradora à Grande Angular. Ao todo, de acordo com a investigação, a embaixada conta com 12 funcionários, sendo três deles brasileiros. Os outros teriam nacionalidade filipina.
O governo das Filipinas ordenou, nessa segunda-feira (26/10), o retorno da embaixadora ao país após a divulgação de imagens que mostram a diplomata agredindo fisicamente uma empregada doméstica. O chefe da diplomacia filipina, Teddy Locsin Jr., disse, em uma rede social, que a embaixadora deve voltar imediatamente para “explicar os maus-tratos com sua equipe de serviços gerais”.
As gravações integram inquérito do MPT e mostram Marichu agredindo a funcionária com tapas no rosto e puxões de orelha. A vítima tem 51 anos, é de origem filipina e trabalhava na residência oficial da embaixadora, que fica nos fundos do prédio principal da representação do país asiático em Brasília. Agressões físicas, como beliscões, tapas e puxões de orelha, foram captadas por câmeras instaladas na embaixada. A funcionária embarcou para as Filipinas na última quarta-feira (21/10)
Mesmo com a vítima e a autora fora do território brasileiro, as investigações não vão parar, afirmou a procuradora responsável pelo caso. “Queremos saber quais são as condições de trabalho dos funcionários da embaixada. Vamos continuar apurando. Não se pode admitir que dentro do nosso país haja graves violações de direitos humanos e pessoas submetidas ao trabalho degradante”, explicou Carolina Mercante.
Marichu tem imunidade diplomática e só pode ser investigada criminalmente pelas Filipinas. A embaixada, no entanto, pode ser alvo de ações judiciais decorrentes das denúncias em apuração.
Marichu Mauro está no cargo desde 7 de abril de 2018. Ela chegou a ser homenageada pelo então presidente Michel Temer, que recebeu suas credenciais diplomáticas. No início de outubro, também foi condecorada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Desde janeiro, Marichu Mauro também representa as Filipinas junto a Venezuela como embaixadora não residente. Ela é igualmente embaixadora na Guiana, na Colômbia e no Suriname.