MPF recebe estudo que aponta contaminação de mercúrio em água no DF
Em 2021, o MPF instaurou processo para assegurar o cumprimento de políticas destinadas a garantir a qualidade dos cursos de água no DF
atualizado
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Um estudo que aponta contaminação de mercúrio na Estação Ecológica de Águas Emendadas, em Planaltina (DF), foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o professor de geofísica da Universidade de Brasília (UnB) José Vicente Bernardi, a contaminação ocorre em função do intenso movimento de veículos na BR-030. Isso porque a substância tóxica advém da queima de combustível fóssil e do desgaste de pneus. O problema pode ser agravado com a duplicação da DF-128.
Em Águas Emendadas, há uma nascente que alimenta duas das principais bacias hidrográficas do Brasil e da América do Sul: a Araguaia-Tocantins e a Paraná, segundo o MPF. As bacias levam água para as regiões Sul e Norte do país.
O MPF instaurou, em novembro de 2021, um processo para acompanhar e assegurar o cumprimento de políticas públicas destinadas a garantir a qualidade dos cursos de água no DF. Quem cuida desse procedimento é a Procuradoria da República do Distrito Federal (PR-DF), do MPF.
Bernardi, o professor da UnB, também apresentou um outro estudo que fala sobre as medições de sequestro de carbono, a vazão dos córregos e o lençol freático da Serrinha do Paranoá.
De acordo com o MPF, há previsão de que um setor habitacional de prédios seja construído nesta região, onde existe uma mata original do Cerrado. Caso seja retirada para o novo bairro, a área deve sofrer grandes impactos ambientais.
O procurador da República Felipe Fritz disse que os estudos são “importantes e deverão pautar a atuação do Ministério Público na defesa do meio ambiente e da saúde humana”.
“Além de serem locais de captação de água, estão situados na Área de Proteção do Planalto Central e são áreas de recarga de águas que alimentam os rios federais Maranhão e São Bartolomeu”, afirmou.