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Moraes cobra informações da PF sobre operação contra deputado em AL

O senador Renan Calheiros apontou ao TSE interferência de Arthur Lira na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas

atualizado

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Ministro Alexandre de Moraes durante cerimônia de posse da ministra Rosa Weber para a Presidência do STF e Luís Roberto Barroso, assume a vice-presidência do supremo - Metrópoles
1 de 1 Ministro Alexandre de Moraes durante cerimônia de posse da ministra Rosa Weber para a Presidência do STF e Luís Roberto Barroso, assume a vice-presidência do supremo - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou que a Superintendência da Polícia Federal de Alagoas preste as devidas informações sobre a operação que abordou o presidente da Assembleia Legislativa de AL, Marcelo Victor (MDB), em um hotel e o levou para depor. Moraes deu prazo de 48 horas à PF.

O que está por trás da briga de Renan Calheiros e Arthur Lira sobre PF

A decisão de Moraes, desta terça-feira (11/10), ocorre no âmbito de uma ação do diretório estadual do MDB, assinada pelo senador emedebista Renan Calheiros. O parlamentar alegou que os agentes da PF “invadiram” o Hotel Ritz Lago da Anta para abordar Marcelo Victor e um assessor, “sem mandado de busca e sem qualquer causa provável”. Na ocasião, a PF afirmou ter encontrado uma mala com R$ 145 mil e material de campanha de Marcelo Victor.

Renan Calheiros indicou “suspeita de que tenha ocorrido interferência política do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, junto à Superintendência da PF, para que fosse realizada a operação, a fim de causar prejuízos eleitorais a Marcelo Victor”. O senador disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou o comando da PF em Alagoas a pedido de Arthur Lira (PP-AL).

“Determino, à Superintendência da Polícia Federal de Alagoas que, no prazo de 48 horas preste as devidas informações, mediante a apresentação de cópia dos documentos existentes que justifiquem o ingresso de seus agentes no dia 30 de setembro de 2022, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, ocasião no qual abordado o Presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, candidato a deputado estadual pelo MDB, Marcelo Victor”, escreveu Moraes na decisão.

Alianças políticas

Nesta terça-feira (11/10), foi deflagrada uma outra operação da PF com potencial de interferir no 2º turno da eleição pelo governo de Alagoas. A 19 dias da votação, a PF afastou o governador e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), por meio de uma decisão da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz.

A corporação cumpriu 31 mandados de busca e apreensão contra suposta prática de rachadinha, no ano de 2019. À época, Paulo Dantas era deputado estadual.

Paulo Dantas concorre ao cargo de governador do Estado. Ele é apoiado por Renan Calheiros e pelo ex-presidente e candidato Lula (PT). Renan Calheiros diz que há perseguição em Alagoas e aponta Arthur Lira como autor. O presidente da Câmara apoia o adversário de Paulo Dantas na disputa pelo governo alagoano, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil).

“Em 5/10 alertei o TSE e MP: AL é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades. Pedi a troca do superintendente, cabo eleitoral de Arthur Lira que sonha com a Gestapo. Lira levou uma surra. Vencemos em 83 cidades, elegemos o senador e temos 60% dos votos no 2º turno (Ibrape)”, escreveu Calheiros no Twitter, nesta terça-feira.

Calheiros disse que o caso deveria ser julgado pela Justiça de Alagoas porque o caso remonta a 2017, quando Dantas ainda não era governador. Ele afirmou que uma “armação” de Lira fez o caso subir para o STJ e disse que irá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a decisão de Laurita Vaz expedida “a poucos dias para a eleição”. Veja:

Arthur Lira respondeu às acusações de Renan Calheiros, nesta tarde. O presidente da Câmara afirmou, pelo Twitter, que o senador “não toma jeito”. “Toda vez que ele ou alguém de seu grupo é apanhado praticando o malfeito, me acusa para tentar encobrir suas safadezas. Foi o STJ que viu fortes indícios de corrupção e determinou o afastamento do governador de Alagoas”, disse. Veja a publicação:

A assessorai de de Paulo Dantas se pronunciou por meio de nota. Leia abaixo na íntegra:

Revela-se grotesca a ‘ação’ – na verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha.

Sob pretexto de investigar acusações de 2017, essa parte da PF pediu à Justiça o meu afastamento do cargo, a três semanas do 2º turno, e estando com 20 pontos de vantagem.

A tentativa de criar alarde perto da confirmação da vitória é fácil de ser desconstruída: foi anunciada por adversários, evidenciando a manipulação da operação policial. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por exemplo, já havia ameaçado, na véspera do 1º turno, revelar no 2º turno detalhes da operação, que seria sigilosa.

Aos que acham que os alagoanos são manipuláveis por uma fake news travestida de oficialidade, a nossa campanha avisa: nosso povo não se rende a enganações e sabe muito bem a origem das mentiras. O recurso judicial será firme, e vamos seguir rumo à vitória“.

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