Ministra do STJ chamada de bolsonarista por Calheiros rebate: “Sórdido”
A ministra Laurita Vaz determinou o afastamento do governador de Alagoas que disputa a manutenção no cargo, Paulo Dantas (MDB)
atualizado
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A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz respondeu às acusações de que afastou do cargo o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), a 19 dias do 2º turno das eleições, por motivações políticas.
Dantas disputa a permanência no cargo de governador contra Rodrigo Cunha (União Brasil). Aliado do governador afastado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou Laurita de “ministra bolsonarista” e afirmou que o caso caiu nas mãos dela por meio de uma “armação” do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL-AL).
A decisão da ministra será analisada pela Corte Especial do STJ, nesta quinta-feira (13/10). Na abertura da sessão, Laurita disse que o fato de afastar o governador enquanto ele disputa, em 2º turno, a eleição para o governo de Alagoas ocorreu para estancar “a sangria” dos cofres públicos e nada tem a ver com posicionamento político.
“Ora, se tivesse ‘sentado em cima dos autos’, em razão das eleições, assim estaria agindo com viés político, pois estaria esperando um fato estranho aos autos do inquérito (eleições) para adotar medidas cautelares urgentes”, afirmou a ministra do STJ.
Sem citar nomes, Laurita disse que faria o esclarecimento sobre “declarações de algumas personalidades públicas têm alardeado”: “A desinformação é a principal arma daqueles que se valem de discursos vazios de conteúdo, sem nenhum compromisso com a verdade, para levantar dúvidas e realizar ataques baseados em mentiras deslavadas, usando a mídia para propagar a sua própria versão dos fatos e manipular a opinião pública, comportamento sórdido e inaceitável.”
A ministra disse que o caso chegou a ela após sorteio aleatório feito pelo próprio sistema eletrônico de distribuição de processos.
“Repúdio à tentativa de pessoas inescrupulosas que, sem nem mesmo ter acesso aos autos, tentam arrastar os holofotes para longe dos fatos que estão sob investigação, num indisfarçável intuito de transformar decisão judicial, prolatada com base estritamente em elementos legais, em palcos para embates políticos e, assim, desviar atenção do cerne da questão jurídica, plantam os venenos para colher frutos estragados pela baixeza de seus argumentos falaciosos e mal intencionados”, declarou.