metropoles.com

Mesmo com servidores qualificados, Cultura do DF vai contratar consultoria por R$ 2,4 milhões

A Secretaria de Cultura do DF vai receber R$ 48 milhões oriundos da Lei Paulo Gustavo e prevê destinar R$ 2,4 milhões só para consultorias

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Matheus Veloso/Metrópoles
Brasília-DF (14/02/23) Abertura do festival de cinema Neerlandês. Foto: Matheus Veloso/Metrópoles
1 de 1 Brasília-DF (14/02/23) Abertura do festival de cinema Neerlandês. Foto: Matheus Veloso/Metrópoles - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal prevê gastar R$ 2,4 milhões com consultoria para projetos que serão contemplados com recursos da Lei Paulo Gustavo, mesmo com quadro de servidores qualificados que poderiam fazer esse trabalho.

Funcionários públicos da pasta questionam o fato de a Secretaria de Cultura estabelecer, no plano de ação referente ao recebimento de R$ 48,1 milhões do governo federal, que R$ 2,4 milhões serão destinados especificamente para operacionalização das ações por meio de consultorias.

Segundo um dos servidores ouvido pela reportagem, esse trabalho poderia ser realizado pelos profissionais da própria pasta. Assim, o recurso milionário chegaria diretamente aos artistas e produtores brasilienses.

Atualmente, a Secretaria de Cultura possui 395 funcionários, dos quais 319 são concursados e 76 não têm vínculo com o governo, conforme dados informados pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração. Do total, 14 estão afastados.

Possibilidade, não obrigação

O Decreto nº 11.525/2023, que regulamenta a Lei Paulo Gustavo, estabelece a possibilidade de que os municípios, os estados e o DF utilizem até 5% dos recursos para operacionalização das ações, por meio de contratação de consultorias, estudos e realização de oficinas, por exemplo. Porém, essa não é uma obrigação.

“Esses 5% de consultoria podem ir todo para os agentes culturais, pois o art. 17 do Decreto não obriga utilizar com consultoria”, afirmou um servidor da pasta.

Os R$ 48,1 milhões da Lei Paulo Gustavo devem contemplar produções de longas e curtas-metragens, webséries, além de valorização de salas de cinema, restauração de acervos e publicações de livros sobre o setor audiovisual, por exemplo.

O outro lado

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF disse, em nota, que o dinheiro referente à Lei Paulo Gustavo ainda não foi disponibilizado pelo governo federal ao DF.

Sobre a destinação de R$ 2,4 milhões para consultoria, a pasta alegou que a secretaria conta com quadro limitado de servidores e vislumbra “momento adequado para contratação de uma ou mais consultorias que consigam atender às necessidades, tais como a utilização de tecnologia, contratação de pareceristas adequados, de uma comunicação ativa, que consiga chegar a todo o setor cultura, bem como na geração de indicadores”.

“Além disso, vale destacar que o próprio FAC, por meio da Lei Orgânica da Cultura do DF, a LOC, garante a destinação de 5% para a gestão do fundo”, afirmou.

Veja as respostas na íntegra:

“1. Dos R$ 48 milhões, quantos já foram liberados pela Secretaria de Cultura e para quais finalidades?
R. O dinheiro ainda não foi disponibilizado ao DF.

2. Quais empresas foram contratadas para consultoria? Qual é o critério de seleção para essa contratação?
R. Nenhuma, pois, como já foi dito em resposta ao primeiro questionamento, o dinheiro ainda não chegou ao DF.

3. A Lei Paulo Gustavo não obriga contratação de consultoria para operacionalização das ações com os recursos e apenas prevê tal possibilidade. Por qual motivo a pasta decidiu destinar os 5% para consultoria e não diretamente para os artistas ou projetos audiovisuais?
R. A Lei Paulo Gustavo será um marco na história do DF. Além disso, considerando os recursos já aportados pelo Fundo de Apoio à Cultura e outros mecanismos, para que se proceda à célere, ampla e adequada execução destes recursos, a Secec, que conta com um quadro limitado de servidores, vislumbra momento adequado para contratação de uma ou mais consultorias que consigam atender às necessidades da pasta, tais como a utilização de tecnologia, contratação de pareceristas adequados, de uma comunicação ativa, que consiga chegar a todo o setor cultural, bem como na geração de indicadores.

Além disso, vale destacar que o próprio FAC, por meio da Lei Orgânica da Cultura do DF, a LOC, garante a destinação de 5% para a gestão do fundo.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?