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Mães fazem apelo para Saúde do DF operar bebês cardíacos: “Pedimos socorro”

Pelo menos três recém-nascidos internados em Ceilândia foram diagnosticados com problemas graves de saúde que colocam suas vidas em risco

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Bebês precisam de cirurgia cardíaca para sobreviverem
1 de 1 Bebês precisam de cirurgia cardíaca para sobreviverem - Foto: Material cedido ao Metrópoles

O pequeno Khalleo Lucas Sena Lopes (foto em destaque), de 1 mês, aguarda por cirurgia cardíaca. A criança, que está internada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), tem cardiopatia congênita grave e corre risco iminente de morte.

Na última quinta-feira (12/11), a 5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do DF deferiu pedido da família e determinou que o Distrito Federal interne o recém-nascido e custeie o tratamento adequado, conforme assinala o relatório médico, que indica a necessidade do procedimento cardíaco.

Mãe de Khalleo, a estudante Íris Sena Sobrinho, 17 anos, não consegue encontrar palavras para explicar a angústia que está sentindo. “A médica disse que não tem mais nada para fazer, que já fizeram de tudo, mas ele não melhora. É uma coisa difícil. Não quero perder meu filho”, desabafa.

A família de Khalleo expôs o caso na imprensa e na internet. Íris pede maior compreensão da equipe da unidade de saúde pública: “Eu só quero que o meu filho passe por cirurgia. A equipe médica é muito boa, mas há pessoas aqui que não são… É tanta retaliação”, reclama.

Familiares de outros bebês na mesma situação também sofrem com a espera. Elena Vitória Neres Huhn Pereira Lima, 3 meses e 12 dias, nasceu prematura e foi diagnosticada com cardiopatia congênita. A pequena também tem indicação para correção cirúrgica com urgência.

Mãe de Elena, Keroen Neres, 28, disse que não há previsão para o procedimento. “A informação é de que não tem verba. A gente quer a disponibilização de recursos públicos para o Instituto do Coração poder chamar essas crianças. Não há verba, então não tem material e não é possível fazer a cirurgia assim”, ressalta a jovem. “Estamos pedindo socorro”, destaca.

Esther Dias Oliveira, de 1 mês e 16 dias, tem má formação no sistema nervoso central e no coração. Ela está intubada desde os 10 dias de vida.

“Necessita correção cirúrgica cardíaca urgente, devido risco de descompensação cardiocirculatória, podendo causar seu óbito”, diz trecho de relatório médico de 4 de novembro sobre o caso de Esther (veja documento na galeria abaixo).

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Relatório médico da Elena
Esther Dias Oliveira, de 1 mês e 16 dias, tem má formação no sistema nervoso central e no coração
Relatório médico da Esther
Relatório médico do Khalleo fala em risco iminente de morte do bebê
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Elena Vitória Neres Huhn Pereira Lima, 3 meses e 12 dias, foi diagnosticada com cardiopatia congênita

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Relatório médico da Elena

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Esther Dias Oliveira, de 1 mês e 16 dias, tem má formação no sistema nervoso central e no coração

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Relatório médico da Esther

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Relatório médico do Khalleo fala em risco iminente de morte do bebê

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O que diz a Secretaria de Saúde

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou à coluna que o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) está com as agendas bloqueadas. “Desta forma, o Sistema de Regulação não consegue agendar mais nenhuma criança para cirurgias.”

Segundo a pasta, Khalleo já tem diagnóstico estabelecido e espera vaga para cirurgia cardíaca no ICDF. “Até a realização do procedimento, ele segue com acompanhamento da equipe de especialistas do HRC, com atualização diária do prontuário, onde está registrada toda terapêutica adotada”, assinala.

Elena teve a solicitação inserida no sistema no dia 28 de outubro, de acordo com a secretaria, e aguarda a disponibilidade de vaga. É o mesmo caso de Esther, cuja solicitação foi registrada em 21 de outubro. “É importante ressaltar que, enquanto aguardam, os pacientes são assistidos pela equipe multiprofissional do Hospital Regional de Ceilândia”, conclui o órgão.

Na semana passada, o ICDF havia informado à reportagem que permanece realizando atendimento pelo SUS, porém, devido à escassez de insumos, desde agosto suspendeu todas as internações eletivas, principalmente para procedimentos cardíacos. No entanto, a instituição negou que tenha interrompido as cirurgias cardíacas de emergências, principalmente as pediátricas.

O ICDF é uma instituição filantrópica conveniada da Secretaria de Saúde do DF e que presta atendimento complementar à rede pública. Nos quase 11 anos de existência, o instituto realizou 23.197 cirurgias e 1.680 transplantes. “Não há risco de o ICDF encerrar suas atividades, mesmo passando por uma crise financeira agravada pela pandemia. A Fundação está empenhada em encontrar, o mais rapidamente possível, a solução que o caso requer, retomando, em plenitude, os atendimentos com a qualidade e a segurança de sempre”, pontuou, na ocasião.

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