Lide Brazil Conference começa em Londres. Veja como foi o primeiro dia
O Metrópoles transmite ao vivo o Lide Brazil Conference, em Londres, que ocorre nesta quinta (20/4) e sexta-feira (21/4)
atualizado
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O Lide Brazil Conference começou em Londres, nesta quinta-feira (20/4). O presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), João Doria Neto (foto em destaque), fez o discurso de abertura do evento.
As oportunidades do Brasil no Reino Unido e na União Europeia são o tema principal do encontro, transmitido ao vivo no YouTube do Metrópoles, a partir das 8h no horário de Londres (4h no horário de Brasília).
Veja como foi o primeiro dia do Lide Brazil Conference, que ocorre em Londres, no canal do Metrópoles no YouTube:
O Lide reúne executivos do Brasil de diversos setores, com o objetivo de fortalecer a livre iniciativa e o desenvolvimento do país, além de defender os princípios éticos de governança nas esferas pública e privada.
Participam da abertura do Lide Brazil Conference o embaixador do Brasil em Londres, Fred Arruda; o presidente do Senador, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); a ministra de Estado do Departamento para Negócios e Comércio Internacional do Reino Unido, Nusrat Ghani; o presidente do Lide UK, Breno Silva; o membro do Parlamento Britânico Marco Longhi; e o chairman do Lide, Luiz Fernando Furlan.
O ex-governador de São Paulo João Doria, fundador e vice-chairman do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), ressalta o interesse do setor produtivo pelas questões econômicas e sociais do Brasil.
“O Lide Brazil Conference – London repete o êxito dos eventos de Nova York, em 2022, e de Lisboa, em 2023. O encontro reunirá centenas de nomes de expressão do segmento empresarial e público em torno de assuntos relevantes para o Brasil. Este evento vai explicar melhor aos investidores internacionais acerca do cenário do Brasil nas questões econômica e social”, analisou Doria.
“Democracias pujantes”
O embaixador do Brasil em Londres, Fred Arruda, disse que Brasil e Reino Unido são democracias pujantes e que mantêm relações consolidadas. Ele lembrou que o Brasil ajudou a desenvolver testes clínicos para a vacina contra a Covid-19 Oxford/AstraZeneca, na Fundação Oswaldo Cruz.
“No ano passado, o volume de comércio [entre Brasil e Reino Unido] cresceu cerca de 15% e chegou a quase US$ 6,5 bilhões. No campo dos investimentos, o Reino Unido mantém importante presença no Brasil em segmentos tradicionais, como energia e mineração. Ao mesmo tempo em que consolida a presença, procura diversificá-la cada vez mais. Em ciência, tecnologia e inovação, nossa colaboração é antiga e vigorosa”, disse Fred Arruda.
A ministra de Estado do Departamento para Negócios e Comércio Internacional do Reino Unido, Nusrat Ghani, afirmou que um dos focos da relação bilateral entre Brasil e Inglaterra é o desenvolvimento sustentável e a energia limpa.
“Precisamos confrontar a mudança climática, ampliando a energia limpa e a prosperidade, que foi prejudicada pela invasão da Ucrânia pelo presidente [da Rússia] Putin. Queremos continuar trabalhando juntos, e o Brasil é um superpoder em energia, o maior produtor de energia hidrelétrica do planeta, o Reino Unido é um dos líderes de energia eólica e um centro de tecnologia de captura de carbono e hidrogênio. Juntos, nossos países podem desenvolver a infraestrutura verde”, pontuou.
Membro do Parlamento Britânico e enviado do primeiro-ministro, Marco Longhi defendeu a ratificação do acordo bilateral de tributação entre os dois países. “O acordo bilateral foi importante porque permitiu que as empresas mantivessem esses lucros. Obviamente, se querem gerar lucro no Reino Unido e levar para o Brasil, vocês evitam uma dupla tributação. É um sinal de que queremos acelerar e ter um relacionamento significativo. Os nosso países precisam ratificar esse acordo”, disse.
Para o chairman do Lide, o potencial de crescimento do volume de comércio entre Brasil e Reino Unido é grande, especialmente após o Brexit: “A saída da UK da União Europeia torna possível que se faça acordo com o Brasil e o Mercosul, independentemente da burocracia europeia. Isso devia acelerar e andar muito rápido. Nós estamos há 22 anos negociando o acordo União Europeia-Mercosul. Ele foi assinado há dois anos, mas precisa ser ratificado por todos os países-membros. São 28 países”.
Arcabouço fiscal
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o projeto de lei complementar que cria o arcabouço fiscal, em substituição ao teto de gastos, será “apreciado com rapidez”.
“Temos compromisso de responsabilidade fiscal. Apreciaremos o projeto de lei complementar com muita rapidez, tanto na Câmara quanto no Senado. Muito em breve, entregaremos à sociedade brasileira um plano fiscal que foi, inclusive, muito elogiado por diversos setores da economia brasileira. É, de fato, expressão de responsabilidade fiscal”, afirmou.
Durante a abertura do Lide Brazil Conference, em Londres, Pacheco disse que o Brasil tem “democracia forte e inabalável”, o que possibilita a criação de ambiente propício para o desenvolvimento e a melhoria das relações com diversos países do mundo.
Em referência aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o presidente do Congresso avaliou que houve “perspectiva de alguma violação, mas a democracia restou inabalada e forte como nunca”.
Pacheco disse que, especialmente a partir do governo Lula (PT), o Brasil tem exercido “relação amistosa, independente, porém harmônica entre os Poderes”.
“O meu papel como chefe do Poder Legislativo brasileiro é estabelecer um diálogo muito amistoso e ameno, em busca de convergências, com o Poder Executivo e com o Poder Judiciário, e inspirar a reciprocidade”, declarou.
Taxa Selic
Em discurso direcionado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também participa do evento do Lide, Pacheco “suplicou” pela redução da taxa Selic, que está em 13,75%.
“Nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13,75%”, ressaltou. “Se há algo que nos une, neste momento, é a impressão, o desejo e a obstinação de reduzir a taxa de juros no Brasil.”
O presidente do Congresso disse que, mesmo sob ambiente de ruído, o Brasil teve taxa de juros de 2% no passado. “Eu gostaria de pedir muito, é uma súplica do Senado, meu caro presidente do Banco Central do Brasil. Continuo a defender a autonomia do Banco Central, mas a perspectiva da autonomia é para que o Banco Central não seja suscetível às interferências políticas indevidas. Há um sentimento geral, hoje, de que nós precisamos encontrar os caminhos para a redução imediata da taxa de juros do Brasil, sob pena de sacrificarmos todo esse trabalho que temos feito, ao longo do tempo, de estabelecer esse ambiente em busca de segurança para investimentos do Brasil”, declarou.