Justiça recebe denúncia, e youtuber Klebim vira réu por lavagem de dinheiro
O youtuber Klebim e outros sete alvos da Operação Huracán tornaram-se réus e vão responder por lavagem de dinheiro e jogos de azar
atualizado
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A Vara Criminal do Guará, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), recebeu a denúncia contra o youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, o Klebim, por lavagem de dinheiro e jogos de azar. Com a decisão, do último sábado (19/8), Klebim torna-se réu no processo judicial.
O juiz Francisco Marcos Batista também aceitou a denúncia contra outros sete alvos da Operação Huracán: Pedro Henrique Barroso Neiva, Alex Bruno da Silva Vale, Vinícius Couto Farago, Michael Fernandes da Silva, Henrique Sadão Ramos de Araújo, Matheus Wellington Sousa Cirineu e Douglas Muniz Dutra.
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), todos integram uma organização criminosa que tem o objetivo de obter vantagem econômica mediante a prática de crimes de lavagem de dinheiro.
Os valores, de acordo com a acusação, são recolhidos a partir da exploração de jogos de azar, consistentes na venda ilícita de rifas de veículos, celulares e outros produtos divulgados pela internet.
Quatro dos réus chegaram a ser presos no dia em que foi deflagrada a operação. Além de Klebim, acabaram detidos Pedro Henrique Barroso Neiva, Vinícius Couto Farago e Alex Bruno da Silva Vale.
Em relação ao cantor Gustavo Hungria Neves, conhecido como Hungria, o juiz determinou a suspensão do processo para formulação de acordo de não persecução penal, em 60 dias.
De acordo com informações que estão na denúncia, existem provas robustas da materialidade e dos indícios suficientes da participação de Hungria na contravenção penal de jogo de azar e crime de lavagem de dinheiro relativo a divulgação da venda de rifas de um veículo VW/Saveiro, em parceria com Klebim, suspeito de liderar o esquema.
Veja quem é o influencer Klebim Moraes:
Advogado
O MPDFT também denunciou o advogado José Sousa de Lima, que atuava na defesa de Klebim. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão de Lima durante as investigações, mas a Justiça rejeitou a solicitação.
Na decisão do último sábado (19/8), a Vara Criminal do Guará rejeitou a denúncia contra o advogado por lavagem de dinheiro.
Segundo o juiz Francisco Marcos Batista, a obrigação genérica de comunicação de operações suspeitas é afastada no caso do advogado diante do sigilo com o cliente, o que o desobriga de comunicar informações que tenha obtido no exercício da profissão.
“Frise-se que não há como exigir do advogado que, no exercício de seu labor, aja permanentemente certificando-se de que todos os atos, valores ou bens objetos de sua atuação profissional provenham de origem lícita, já que a má-fé não se presume e há uma presunção de legalidade que alcança os bens de seus clientes e o uso dos serviços advocatícios”, escreveu Batista.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF), Délio Lins e Silva Jr., disse que “não esperava nada diferente da justiça, que expressou aquilo já previsto no Código Penal e no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil”.
“Então, é com muita alegria que recebemos essa decisão que rejeita liminarmente a infundada denúncia ao nosso colega advogado, que exerceu com dignidade e ética sua profissão”, afirmou.
Outro lado
O advogado Cleber Lopes, que representa Klebim, Pedro Henrique Barroso Neiva, Alex Bruno da Silva Vale, Vinícius Couto Farago, disse estar convencido de que “esse processo não terá o fim que o Ministério Público espera”.
“O processo penal é um conjunto de atos preordenados, de modo que cada fase tem sua forma. Concluída a fase de inquérito, o MP pode oferecer a denúncia que, na dúvida, deve ser recebida. Depois a defesa tem a primeira oportunidade de falar. Estamos convencidos de que esse processo não terá o fim que o Ministério Público espera”, declarou.