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Justiça nega novo pedido de prisão de Robson Cândido

Ministério Público teria apontado suposta violação da medida protetiva. Defesa de Robson alega que o MPDFT age com “persecução opressiva”

atualizado

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Delegado-geral da PCDF, Robson Cândido
1 de 1 Delegado-geral da PCDF, Robson Cândido - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) negou, nesse sábado (28/12), novo pedido de prisão do ex-delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido. A coluna apurou que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está investigando o suposto descumprimento da medida protetiva.

O MP apontou suposta aproximação de Robson com a ex-namorada em Taguatinga. No entanto, a corte entendeu que a possível violação teria ocorrido em uma zona móvel e que a movimentação do ex-delegado teve justificativa apresentada.

Para a defesa de Robson, é a abusiva a atuação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). “O MP pede reiteradamente a prisão de Robson Cândido, a partir de ilações, na medida em que o relatório do CIME [Centro Integrado de Monitoração Eletrônica] jamais revelou o descumprimento intencional da medida restritiva”, afirmou o advogado do ex-diretor da PCDF, Cleber Lopes.

“Nesse particular, a defesa já havia explicado isso em nota pública, o que só demonstra que o MP parece agir apenas para satisfazer o furor de uma persecução opressiva”, destacou a defesa.

Robson foi preso em 4 de novembro, durante operação do MPDFT, por supostamente usar a estrutura da corporação para perseguir a mulher com quem manteve relacionamento amoroso. Ele foi solto em 29 de novembro, com determinação judicial para usar tornozeleira e ficar a pelo menos três quilômetros de distância da ex-namorada.

Entenda o caso

Robson Cândido é acusado de cometer sete crimes, como stalking, ameaça e grampo ilegal. Segundo as investigações, a mando de Robson, outro delegado inseriu ilegalmente o telefone da jovem em um inquérito sobre tráfico de drogas de forma que fosse possível monitorá-la em tempo real.

A ex-namorada passou a ser perseguida em diversos locais, incluindo trabalho e casa. Robson é suspeito de utilizar viaturas oficiais para ir atrás dela.

Uma das imagens que integram o acervo de provas contra o ex-delegado-geral da PCDF é um vídeo, de 22 de agosto de 2023, no trajeto entre Águas Claras e Taguatinga, onde a jovem morava.

Na ocasião, a moça filmou o episódio e narrou que o carro atrás do dela era uma viatura da PCDF, dirigida por Robson. Angustiada, ela diz: “Mais uma vez o Robson me perseguindo, em outra viatura. Meu Deus, que inferno!”.

Veja:

 

Em uma outra imagem, gravada no dia anterior, Robson perseguiu a jovem no trânsito, em Águas Claras. Ele aparece em uma caminhonete branca. Assista:

Antes das perseguições no trânsito, em 9 de agosto, Robson teria ido até a casa da jovem e entrado, sem a permissão dela. Um vídeo mostra a mulher conversando com ele por meio da porta do quarto. Ela questiona: “O que você tá fazendo aqui? São 8h da manhã”.

Em seguida, a jovem pede para ele ir embora: “Não precisa me deixar em lugar nenhum. Tem como você ir embora?”. Veja:

Em 29 de setembro, a jovem procurou a 27ª Delegacia de Polícia. Na ocasião, ela queria denunciar o delegado, mas foi surpreendida com a presença dele no local.

“Compareci aqui hoje, na 27ª DP, para registrar uma ocorrência contra o Robson, a respeito das perseguições que ele está fazendo comigo. Misteriosamente, ele apareceu dentro da sala do delegado, sabendo que eu estava aqui, me perseguindo, coagindo, me intimidando. Chegou mesmo a gritar comigo, dentro da delegacia de polícia”, disse ela, em vídeo, que também faz parte da apuração contra o ex-delegado-geral da PCDF. Veja:

Ele é suspeito de quebrar a medida protetiva obtida pela vítima, ao supostamente mandar uma mensagem para ela de um número desconhecido. “Só te perguntar um assunto. Desbloqueia”, teria pedido Robson, em mensagem enviada no dia 11 de outubro. Veja:

Print de mensagem de celular
Robson teria mandado mensagem para jovem após concessão de medida protetiva para a vítima

Os promotores do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) enviaram nota à coluna sobre o assunto. Confira a íntegra do texto:

“O Ncap pauta suas ações para a defesa da sociedade e, neste caso, para a proteção da vítima de violência doméstica. Salienta-se, inclusive, que a violência psicológica é um tipo de violência doméstica. Lembrando, também, que o Ncap atua nos estritos limites da legalidade. Qualquer conclusão em sentido contrário é fruto de imaginação e meras conjecturas sem base nos acontecimentos fáticos.”

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