metropoles.com

Justiça libera o réu Ramon Azevedo para trabalhar em casa de carnes

O ex-assessor especial da Secretaria de Saúde Ramon Santana Lopes de Azevedo ganhou autorização para trabalhar e cuidar do pai, que teve AVC

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Arquivo pessoal
Ramon Santana Lopes Azevedo, ex-assessor especial da Secretaria de Saúde
1 de 1 Ramon Santana Lopes Azevedo, ex-assessor especial da Secretaria de Saúde - Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

A 5ª Vara Criminal de Brasília atendeu em parte o pedido do ex-assessor especial da Secretaria de Saúde do Distrito Federal Ramon Santana Lopes de Azevedo e ampliou a lista de endereços por onde ele pode circular com a tornozeleira eletrônica.

Ramon Azevedo é réu no âmbito da Operação Falso Negativo, que apontou irregularidades na compra de testes para detecção da Covid-19. Ele ficou preso por três meses e, desde novembro de 2020, cumpre medidas cautelares.

A defesa do ex-assessor especial, representada pelo escritório Homonnai Júnior Advocacia, alegou à Justiça que Ramon Azevedo vai trabalhar como gerente em uma loja de carnes, em Samambaia. Segundo a defesa, ele também precisa cuidar do pai, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e está com dificuldade de locomoção.

Com a decisão proferida pela juíza Ana Cláudia de Oliveira Costa Barreto, na última quinta-feira (4/3), Ramon Azevedo poderá ir ao açougue, à casa do pai e ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no caso de alguma emergência médica. A magistrada impôs ao réu recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga. Se ele precisar se deslocar ao HRT durante a noite, deverá informar o episódio à Justiça.

“Diante das necessidades invocadas e comprovadas suficientemente pelo requerente, é de se deferir a inclusão pontual de alguns locais para que seja garantido o direito ao trabalho que não guarde relação com os fatos apurados na ação penal bem como o devido auxílio ao seu genitor, que se encontra com estado de saúde debilitado, bem como à sua irmã, que é estudante e estagiária no Hospital de Base do Distrito Federal e está cuidando do seu pai em seu tempo disponível”, assinalou a juíza.

Autor da denúncia da Operação Falso Negativo, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou contra o pedido da defesa do ex-assessor da Secretaria de Saúde. O órgão pontuou que permanecem os requisitos que ensejaram a determinação da monitoração eletrônica.

Segundo o MPDFT, Ramon Azevedo omitiu que o açougue pertencia à falecida mãe dele e que, na verdade, ele é o dono: “A omissão dessas relevantes informações, substituídas pela alegação de que recebera ‘proposta de emprego’, além de configurar afronta ao postulado da boa-fé, não é condizente com os objetivos declarados pelo peticionante ao motivar seu interesse em trabalhar, assemelhando-se muito mais a uma injustificada tentativa de estender o raio de deslocamento da monitoração eletrônica e, assim, flexibilizar indevidamente a medida imposta, inobstante a gravidade dos crimes que lhes são imputados. Ademais, em tempos de pandemia e lockdown, tal estabelecimento deve permanecer fechado por força de decreto distrital”.

A defesa do réu justificou que não mencionou o vínculo familiar com a casa de carnes por ser “uma informação desnecessária”. “Ainda que a mãe fosse viva e permanecesse sócia da empresa, seria lícito ofertar um emprego ao filho que está cumprindo medida restritiva e perdeu o cargo que ocupava em virtude das investigações que resultaram na ação penal a que responde”, assinalou.

No dia 30 de dezembro, a mãe de Ramon Azevedo morreu após ter se envolvido em um grave acidente de carro no interior da Bahia. À época, a Justiça deu autorização para ele acompanhar o enterro.

Acusação

O ex-assessor é investigado na Operação Falso Negativo, que denunciou irregularidades na aquisição de insumos para o combate à Covid-19. De acordo com os autos, “quando o grupo criminoso possui questões mais delicadas a tratar, cabe a Ramon convocar os integrantes para reuniões pessoais com o [então] secretário de Saúde que, conforme deixam claro, não podem ser discutidas por telefone”.

Os investigadores também apontam a relação próxima do assessor com o então chefe da Secretaria de Saúde. “Ramon tem o controle dos interesses e das ‘encomendas’ do secretário de Saúde, tendo ainda a função de corrigir os erros e ‘limpar’ os rastros cometidos pela organização criminosa.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?