Justiça aceita denúncia e deputado Robério vira réu por lesão corporal
O MPDFT disse que Robério Negreiros desferiu soco contra motorista de aplicativo, mas a PCDF afirmou não haver provas suficientes de crime
atualizado
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A 8ª Vara Criminal de Brasília recebeu uma denúncia contra o deputado distrital Robério Negreiros por lesão corporal grave. Segundo a acusação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a vítima, Adir Souza Santos, ficou com “debilidade permanente da função mastigatória, fala e estética bucal”.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu à Justiça que condene o deputado a pagar um valor mínimo de reparação pelo dano provocado.
O caso ocorreu em setembro de 2019. A Polícia Civil do DF não indiciou Robério, alegando que não havia provas suficientes para caracterização do crime de agressão. Apesar disso, o MPDFT apresentou a denúncia contra o deputado, em dezembro de 2021. Em 11 de fevereiro de 2022, o juiz Osvaldo Tovani aceitou a denúncia e Robério tornou-se réu.
Entenda o caso
Robério e a esposa, Flávia Negreiros, pegaram o transporte por aplicativo por volta da 1h de 19 de setembro de 2019. Eles saíram de um restaurante com destino à casa onde moram, no Lago Sul.
Durante a corrida, Robério e Adir se desentenderam sobre o caminho a ser seguido. A denúncia do MPDFT relata que Robério se exaltou e disse ao motorista: “O GPS sou eu. Porra! Caralho! Vire à direita, seu filho da puta”.
Depois dos xingamentos, Adir parou o carro e pediu para que o casal desembarcasse. A esposa do deputado ligou para a polícia e, enquanto o trio aguardava a chegada da corporação, Adir filmou a situação.
De acordo com a acusação, o parlamentar novamente xingou o motorista, deu um soco no rosto dele e jogou o telefone da vítima para longe. “Dessa forma, Robério Bandeira de Negreiros Filho está incurso nas penas do artigo 129, parágrafo 1º, inciso III, do Código Penal”, diz trecho da denúncia.
O outro lado
Robério alegou que, após ele e a esposa desembarcarem do veículo, o motorista agiu em atitude suspeita, abrindo o porta-malas, supostamente para pegar algum objeto. O deputado afirmou que apenas empurrou o motorista por se sentir ameaçado e reforçou que não provocou as sequelas apontadas pelo MPDFT.
“O relatório final da Polícia Civil sequer teve indiciamento, e o laudo do IML narra a perda de um elemento de prótese dentária, ou seja, não perdeu o dente como ele afirma. O motorista da Uber somente sofreu um empurrão ao abrir o porta-malas em atitude suspeita, colocando a mim e a minha esposa em risco, conforme vídeo gravado por ela. Não houve qualquer agressão física, e isso será provado na Justiça, conforme o relatório da Polícia Civil que me inocenta”, disse.
Confira o vídeo filmado pela esposa do deputado: