Juíza nega direito de resposta a Renan Sena por críticas de Datena
O apresentador Datena, da TV Band, comentou protestos dos quais Renan Silva participou em Brasília, incluindo agressão a enfermeiros
atualizado
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A 1ª Vara Cível de Águas Claras, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), negou um pedido do militante de direita Renan da Silva Sena que queria obrigar a TV Band a dar-lhe direito de resposta após o apresentador José Luiz Datena fazer críticas a ele e às manifestações que pregam a violência.
O bolsonarista foi à Justiça após Datena fazer comentários no contexto de uma matéria que noticiava o protesto que lançou fogos em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso ocorreu no dia 13 de junho de 2020. Renan Sena foi detido no dia seguinte, depois de ameaçar o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
O extremista foi citado em reportagem da TV Band porque ele mesmo fez vídeos de protestos contra o STF e também aparece em um vídeo gravado por enfermeiros, no qual empurra e grita contra os profissionais que faziam uma manifestação pacífica na Esplanada dos Ministérios.
À época, Datena chamou Renan Sena de “covardão” e disse: “Esses movimentos, sejam de esquerda ou de direita, que pregam violência (…) essas pessoas são verdadeiros covardes, canalhas e que têm que ir para a cadeia mesmo”.
No processo judicial, a TV Band argumentou que não concedeu direito de resposta porque a reportagem observa as liberdades de manifestação e imprensa e não prejudicou a honra, nome ou imagem do manifestante.
Segundo a emissora, o texto de resposta apresentado por Renan Sena tinha 68 linhas: “Gigante e agressivo, supera, em muito, a própria reportagem”. A juíza entendeu que “não houve qualquer extrapolação na matéria veiculada”.
“Novamente destaco que a requerida atuou dentro dos limites razoáveis do exercício de imprensa, não comprovada, portanto, a ocorrência de abuso da liberdade de imprensa, já que a reportagem respeitou os limites”, pontuou.
Renan Sena voltou a ser preso no último domingo (14/3), por suspeita de soltar fogos de artifício na Esplanada dos Ministérios. Durante o protesto, ele xingou novamente o governador do DF.