“Jofran Frejat nunca deixou dúvida sobre seu caráter”, diz desembargador Diaulas Ribeiro
Ao se despedir de Frejat, o ex-integrante do MP Diaulas Ribeiro fala sobre o apreço e o respeito que tinha pelo ex-secretário de Saúde
atualizado
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É incomum um ex-integrante do Ministério Público falar bem de um ex-secretário de Saúde do Distrito Federal. O desembargador do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) Diaulas Costa Ribeiro reconheceu a situação atípica, mas decidiu quebrar o protocolo por ocasião da morte de Jofran Frejat (foto em destaque).
Em carta enviada à coluna Grande Angular, Diaulas demonstrou seu apreço e respeito ao político, que morreu nessa segunda-feira (23/11), vítima de câncer no pulmão. O corpo de Frejat está sendo velado desde as 15h desta terça-feira (24/11), no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul.
Leia a carta completa:
“Jofran Frejat: apenas não será mais visto!
É lugar comum falar bem dos que morreram. O que não é comum é um ex-membro do Ministério Público, atuante na área da saúde por vários anos, falar bem de um ex-secretário de Saúde do Distrito Federal. Mas, por mais que a discrição funcional me imponha silêncio, não posso faltar à memória de Jofran Frejat, de quem fui ex-adverso em inúmeras oportunidades. Em todas elas houve diálogo, respeito e compromisso com o melhor interesse dos pacientes da Rede Pública do Distrito Federal, quase toda construída por ele, que tinha um frase lapidar sobre a grande demanda aos serviços de saúde locais: “Na saúde, o Entorno de Brasília começa em Miami”.
Frejat tinha tanta dignidade na defesa de suas posições que muitas vezes nos deixava sem palavras. Inúmeras oportunidades nos puseram frente a frente. Era um homem convicto de suas posições e nunca deixou dúvidas sobre o seu caráter, sem ser arrogante ou prepotente. Sabia quando e até onde ceder. Sempre tive a certeza de que estava dialogando sobre interesses públicos com um homem honrado e que a divergência não reduzia o valor do opositor. Frejat também rezava essa oração de civilidade: o outro pode ter razão. É preciso ouvi-lo.
Que Deus, na sua bondade, acolha esse cidadão piauiense, brasiliense e brasileiro, e conforte Denise, os filhos e demais familiares. A mim restará a saudade de um amigo que apenas não será mais visto!
Diaulas Costa Ribeiro, desembargador”