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Joe Valle tem sintoma de meningite. Servidores da CLDF estão em pânico

O deputado sentiu mal-estar semelhante ao que acomete infectados pela doença. Um funcionário da Casa está com suspeita da enfermidade

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um dos contatos mais próximos do funcionário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que está internado com suspeita de meningite é com o presidente do órgão, Joe Valle (PDT). Nesta madrugada, o deputado apresentou alguns sintomas semelhantes aos sentidos por infectados pela doença. Em razão disso, o pedetista foi examinado, na tarde desta segunda-feira (12/3), pela médica da Casa, que lhe recomendou fazer um hemograma completo imediatamente.

Além disso, Joe Valle também teve de tomar um remédio para profilaxia de pessoas que mantiveram contato por mais de quatro horas com infectados pela doença, que pode ser contagiosa (veja mais abaixo). “Esta noite tive febre e agora estou com uma dor de cabeça leve. Por precaução, a médica me orientou a fazer uma bateria de exames de sangue para descartar o contágio”, diz Valle.

Carlos Antônio Vieira Júnior chefia o cerimonial da Câmara Legislativa há uma década. É ele quem organiza eventos ligados à presidência da Casa. Desde o último sábado (10), Carlinhos, como é chamado pelos colegas, começou a ter febre e sentir dores no pescoço e na cabeça.

Carlinhos foi internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília, onde segue em observação. O estabelecimento informou que aguarda exames para a definição completa do diagnóstico.

Na manhã desta segunda, uma das filhas de Carlinhos, Marissa, comunicou a doença dele por meio do WhatsApp. Na mensagem ao grupo Cerimonial, do qual Carlinhos faz parte, disse: “Meu pai deu entrada na UTI ontem, com meningite. Estamos orando para que tudo dê certo e ele se recupere logo”, ressaltou.

A notícia gerou comoção entre os servidores mais próximos a Carlinhos e também preocupação. Segundo Joe Valle, pelo menos 10 funcionários foram orientados a se consultar, fazer exames e tomar o medicamento usado na prevenção da doença. O remédio é feito à base de cloridrato de ciprofloxacino monoidratado e é ministrado na forma de comprimido, em dose única.

Nota oficial
Na tarde desta segunda-feira (12), a Câmara Legislativa divulgou nota na qual confirma o quadro de meningite do servidor internado desde sábado (10). O departamento médico da Casa emitiu recomendação para aqueles que tiveram contato direto com Carlos Antônio Vieira Junior desde a última quinta-feira (8): procurar o serviço médico para receber orientações.

“A Casa também está acompanhando a evolução do quadro clínico do servidor e se solidariza à família na torcida pelo pronto restabelecimento de Carlos Vieira, o mais rapidamente possível”, conclui o comunicado.

Ele está em coma induzido, segundo a família. Filha do servidor, Marissa Reisman contou ao Metrópoles que, apesar do quadro clínico, o estado de saúde é considerado estável. Ele está internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília.

Preocupação
Apavorados com a possibilidade de incubação da doença, muitos servidores lotaram o serviço médico e a presidência, cobrando providências da instituição. O último evento em que o chefe do Cerimonial participou foi o de lançamento das candidaturas de Ciro Gomes (PDT), à Presidência da República, e de Joe Valle, ao GDF. O ato ocorreu na noite da última quinta-feira (8).

Arquivo pessoal
Servidores procuraram atendimento médico na Casa, nesta segunda-feira (12/3)

 

Questionado sobre o fato de os servidores em estado de alerta ainda não terem acesso ao remédio indicado, Joe afirmou que, antes, é necessário passarem por consulta. Mas o presidente garantiu que a Câmara dará todo o suporte na prevenção da doença: “Estou inteiramente à disposição para ajudar no que for preciso”.

Fechamento da Casa
O segundo-secretário da Mesa Diretora da CLDF, Robério Negreiros (PSDB), chegou a estudar a possibilidade de solicitar o fechamento da CLDF nesta terça (13). Porém,desistiu da ideia após consultar a Secretaria de Saúde. “O servidor organizou uma sessão solene do Dia da Mulher, na quinta (8). A preocupação é de todos os servidores e transeuntes. É uma Casa que recebe milhares de pessoas por dia”, frisa o tucano.

“Estamos atendendo todos os servidores da Casa no serviço médico e receitando antibiótico próprio”, disse.

O que é a meningite
Inflamação da meninge, uma membrana que cobre o sistema nervoso central. De 15% a 30% dos casos são fatais.

A doença pode ser viral ou bacteriana. A diferenciação é feita por exames, em especial a coleta de líquido da medula espinhal (punção lombar).

É preciso procurar ajuda médica logo nos primeiros sintomas, que são:
– Febre alta repentina
– Dor de cabeça
– Pescoço rígido
– Vômitos
– Náusea
– Convulsões
– Sonolência
– Sensibilidade à luz
– Falta de apetite
– Confusão mental
– Rachaduras e manchas vermelhas na pele
– Moleira tensa ou elevada (em bebês)

Como fazer o diagnóstico
– Cultura de sangue
– Exames de raios X e tomografia para procurar infecções
– Punção lombar

Tipos de meningite
– Viral: forma mais comum e menos perigosa. Muitas vezes, não exige tratamento. Os vírus podem estar em alimentos, água e objetos contaminados.

– Bacteriana: forma mais grave. Acontece quando uma das bactérias (Streptococcus pneumoniae, Haemopphilus influenzae, Neisseria meningitidis, Listeria monocytogenes – existe vacina contra as duas primeiras) entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro. Pode desencadear uma infecção no ouvido, fratura ou cirurgia. Não é transmitida com tanta facilidade como uma gripe, mas o contágio acontece por meio do contato intenso com secreções respiratórias.

– Fúngica: tipo menos comum. Pode levar a um quadro crônico. Não passa de pessoa para pessoa e tem efeitos similares aos da meningite bacteriana.

Como tratar
Depende do tipo de meningite. No caso da viral, a doença costuma desaparecer sozinha e a indicação é repouso e muita água, além de remédios para a dor — em alguns casos, antivirais. Para a variedade bacteriana, o tratamento deve ser imediato, com antibióticos intravenosos e corticoides. A meningite fúngica é tratada com fungicidas.

Sequelas
Uma meningite não tratada pode deixar marcas como surdez, quadro de epilepsia, AVC com paralisias motoras e diminuição da capacidade intelectual.

Prevenção
– Cuidados com higiene
– Vacina

Colaboraram Juliana Contaifer e Ian Ferraz

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