Iphan se posicionou, 3 vezes, contra aumento de hotéis no Plano: risco
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional disse que aumento de hotéis baixos pode afetar aspectos fundamentais do tombamento
atualizado
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Há apenas nove meses, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se posicionou contra o aumento da altura dos prédios nos setores hoteleiros Norte e Sul. Na semana passada, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou o Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) com autorização para que 16 hotéis a poucos metros da Esplanada dos Ministérios passem dos atuais 3 andares para 12.
O Iphan expediu parecer técnico em 2019 sobre o tema e reiterou, em 2021 e em setembro de 2023, o mesmo posicionamento contrário ao aumento dos prédios.
No documento, obtido pelo Metrópoles, o Iphan expôs preocupações com a proposta em relação à alteração das proporções entre os prédios baixos e altos, principal característica dos setores na área tombada da capital federal do Brasil. Veja:
“O assunto foi objeto do Parecer Técnico nº 32/2019/COTEC Iphan-DF, onde expusemos nossas preocupações sobre o problema compositivo (alteração das proporções entre os volumes dos edifícios baixos e altos) e questões urbanísticas (ex.: acessibilidade, calçadas, estacionamentos, arborização), com risco de afetar severamente as áreas públicas”, diz trecho do parecer técnico do Iphan de 2019, reiterado em 2021 e 2023.
O Iphan sugeriu excluir do PPCub o aumento dos prédios baixos nos setores hoteleiros Norte e Sul. Mesmo com a reiterada manifestação contrária do órgão federal de preservação, esse foi um dos pontos aprovados pela CLDF no PPCub, na última quarta-feira (19/6).
O Iphan enfatizou que o aumento dos hotéis baixos tem o condão de “afetar aspectos fundamentais do tombamento de Brasília, assim como outras alterações abrangentes na área tombada”.
Por isso, o órgão federal sugeriu a exclusão desse item do PPCub e o “aprofundamento das análises, pois seus impactos não estão suficientemente claros”, o que não foi acatado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), que manteve a expansão dos prédios.