Iphan lança campanha pela preservação da Praça dos Três Poderes
Ação para destacar necessidade de manutenção permanente dos bens de Brasília, em referência aos 60 anos da capital, começa pelo espaço
atualizado
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A campanha para conscientizar a respeito da necessidade de manutenção e preservação permanente dos bens de Brasília, de iniciativa da Superintendência no DF do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), começa pela Praça dos Três Poderes.
Um relatório elaborado pela autarquia federal aponta a má conservação do espaço, inserido na área tombada do Conjunto Urbanístico de Brasília. O levantamento será entregue na cerimônia de lançamento da campanha Preservando Brasília para os 60 anos, nesta quinta-feira (05/03), às 10h, na Praça dos Três Poderes.
É esperada a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. O STF e o GDF, gestores da praça, deverão resolver os problemas apontados, com acompanhamento do Iphan-DF.
“É uma ação em conjunto sobre a importância da preservação dos monumentos”, disse o superintendente do Iphan-DF, Saulo Santos Diniz. “Não podemos permitir que a cidade, com 60 anos, deixe os bens aquém do desejado”, acrescentou.
Segundo o relatório, durante o processo de envelhecimento, a Praça dos Três Poderes passou por intervenções, mas em algumas houve descaracterização do espaço.
A iniciativa também abrange o Palácio da Justiça, o Palácio do Itamaraty, a Catedral de Brasília, a Igrejinha da 307/308 Sul, a Torre de TV, o Catetinho e o Touring. O objetivo é que os responsáveis pelos bens realizem, a partir dos levantamentos do Iphan-DF, ações necessárias para mantê-los em bom estado.
Danos e sujeira
No caso da Praça dos Três Poderes, o piso característico em pedra portuguesa branca tem partes faltando, pedras com cores diferentes, argamassa inadequada, óleos e graxas deixados por automóveis que estacionam no local e crescimento de grama em algumas áreas.
A escultura A Justiça, fixada em frente ao STF, tem danos pontuais e está suja. Outro item de destaque é a escultura Os Guerreiros, que tem aberturas pontuais de dimensões consideráveis, o que, para o Iphan-DF, justifica ação de restauração. O Monumento a Israel Pinheiro tem trinca horizontal que o secciona.
O Museu da Cidade tem fissuras no revestimento em mármore da fachada, além de sujidades, descolamentos e falta de rejunte. Foram encontrados, também, entulhos, pedras e dejetos em frestas abaixo da rampa e no espelho d’água.
A autarquia frisou que é necessário elaborar um laudo técnico para avaliar possíveis comprometimentos estruturais na laje do Espaço Lucio Costa. As grelhas dos poços de ventilação apresentam deformações e, em alguns pontos, foram removidas parcialmente.