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Investigado pelo MP, grego Pantazis dispara em CPI: “Chineses fizeram zero pelo Brasil”

O empresário brasiliense prestou depoimento na CPI das Quarteirizações, da Alesp, nesta quarta-feira. Ele foi intermediário de negócio em SP

atualizado

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Basile Pantazis em depoimento na CPI das Quarteirizações, da Alesp
1 de 1 Basile Pantazis em depoimento na CPI das Quarteirizações, da Alesp - Foto: Hugo Barreto/ Metrópoles

O empresário brasiliense Basile George Pantazis prestou depoimento na CPI das Quarteirizações, da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta quarta-feira (28/10). A CPI investiga a compra de respiradores da China pelo Governo de São Paulo e considera Basile um dos personagens centrais do caso.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito civil para apurar possível irregularidade na dispensa de licitação direcionada à compra de ventiladores para hospitais estaduais durante a pandemia. Pantazis é um dos investigados.

Na CPI, o grego, como é conhecido em Brasília, se defendeu e apontou que a relação política do Brasil com o país asiático dificultou a entrega dos ventiladores, fundamentais para o tratamento contra a Covid-19.

“Eles nos queriam dar 50 máquinas por semana. O Brasil está, infelizmente, em um momento que a relação política com o governo chinês não é das melhores. O governo Bolsonaro não tem simpatia pelo governo chinês, todo mundo sabe disso. Por isso, os chineses também fizeram zero pelo Brasil. Poderiam fazer mais? Poderiam, mas entregaram a conta-gotas”, afirmou.

Pantazis atuou como intermediário da empresa americana Hichens Harrison na negociação com o governo de SP, que resultou na compra de 1.280 respiradores. Na CPI, ele contou sua versão sobre a participação que teve no caso.

O governo de SP fez, inicialmente, a compra de 3 mil ventiladores, mas depois repactuou o acordo e reduziu o número de itens para 1.280. O valor total ficou em US$ 44 milhões (cerca de R$ 242 milhões).

Informalidade

Autora do requerimento para que Pantazis fosse ouvido na CPI, Janaina Paschoal (PSL) disse que a “informalidade muito grande” no processo de aquisição das máquinas chamou atenção.

“É um contrato de valor elevado. Muito embora tenha sido firmado em momento de pandemia – ou seja, de extrema necessidade, em que os fornecedores abusaram os preços, houve autorização das casas legislativas para que os processos fossem feitos de maneira menos formal (contra o meu voto no decreto de calamidade) –, me chamou atenção pela informalidade”, frisou a parlamentar. 

José Américo (PT) afirmou que ainda tem dúvida sobre o preço e a relação informal com a China. Segundo o deputado, a parte documental “é muito estranha, confusa e caótica”.

“É uma coisa que nós precisamos nos aprofundar”, pontuou o deputado. “Eu quero ver as notas [da compra] antes de fazer o relatório da CPI porque acho tudo muito estranho”.

Demora

Segundo o empresário, a fábrica chinesa não cumpriu o acordo de entregar 500 equipamentos por semana. “Quando o governo chinês percebeu que as empresas estavam vendendo qualquer coisa, entregando gato por lebre, fizeram bloqueio e começaram a limitar a quantidade de equipamentos por país e por embarque”, disse.

Pantazis revelou que conversou com o presidente da InvestSP, Wilson Mello, para solicitar ao governador de SP, João Doria (PSDB), o apoio da Embaixada da China: “Explica que São Paulo não é Brasil. São Paulo é quase metade do PIB do Brasil e tem grandes negócios com a China”.  Wilson Mello também deve prestar depoimento na CPI. 

O brasiliense justificou que a negociação foi acelerada porque “o pânico estava instalado”. “Se o governo paulista fosse fazer licitação, emitir contrato, o modus operandi da papelada que tem que ser feito não iria dar tempo de comprar e receber. A gente já perdeu os ventiladores da China para outros países. Eu passei isso para eles [governo de SP] e agiram de uma forma dentro do que acharam que podiam”, afirmou.

Imagem

O intermediário da Hichens Harrison ainda lamentou a exposição do próprio nome nesse caso e reclamou de ser chamado de “Grego”, o que, segundo ele, é uma forma pejorativa de se referir à descendência.

Foi uma operação de guerra [a venda dos respiradores], uma que eu nunca vivi na minha vida. Não esperava. A minha imagem  todo dia saía no jornal: o grego, falando de forma pejorativa da minha descendência. Tenho muito orgulho da minha descendência”, pontuou. 

Quem é

Na CPI das Quarteirizações, Pantazis se identificou como empresário especialista em “vendas de produtos para governos”, com experiência em logística e negócios com a China.

Basile Pantazis é réu, no Paraná, em processo sobre supostas irregularidades no credenciamento de empresas para o registro digital de financiamento de veículos. Irmão dele, Alexandre Georges também foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Segundo a investigação, servidores do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) atuaram para beneficiar a empresa brasiliense Infosolo Informática.

As fraudes teriam dificultado o acesso de outras empresas ao edital de seleção para a oferta do serviço aos consumidores paranaenses, beneficiando, assim, a família dos gregos.

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Basile Pantazis é empresário brasiliense
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Basile Pantazis prestou depoimento em CPI das Quarteirizações ao lado de advogados

Reprodução/Alesp/YouTube
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Basile Pantazis é empresário brasiliense

Felipe Menezes/Metrópoles

Confira a íntegra do depoimento de Pantazis na CPI das Quarteirizações, a partir de 43 minutos:

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