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Ibaneis sobre socorro financeiro da União ao DF: “Uma vergonha”

Ministério da Saúde aportou mais de R$ 1 bi nos estados. Apesar de ser região crítica ao coronavírus, DF recebeu só 1,5% dos recursos

atualizado

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Ibaneis Rocha
1 de 1 Ibaneis Rocha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em resposta à pandemia do coronavírus, Ministério da Saúde aportou mais de R$ 1 bilhão nos estados. Apesar de ser considerada região crítica, o DF só recebeu 1,5% dos recursos.

A pasta federal anunciou na tarde deste sábado (04/04) que Brasília é uma das quatro capitais em que se espera, para os próximos dias, uma “aceleração descontrolada” da contaminação pela Covid-19. Um cenário alarmante.

Segundo técnicos que lideram as ações de combate à doença, DF, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro são considerados os casos mais graves, onde o vírus estaria saindo do primeiro estágio e passando para uma segunda etapa com a curva de disseminação acentuada.

E, dentro deste grupo considerado crítico pelo Ministério da Saúde, o Distrito Federal seria o caso mais preocupante. A despeito desta constatação do próprio governo federal, a capital da República está marginalizada no socorro financeiro da União para estados lidarem com a crise sem precedentes na saúde.

A União repassou, desde o início da crise, R$ 1.024.154.750,00 aos estados e ao DF para ações de combate ao coronavírus. A capital do país, no entanto, só recebeu R$ 15.453.406,79, configurando 1,50% do total.

“É um absurdo e uma vergonha que o governo federal reconheça os problemas que estamos enfrentando no Distrito Federal, divulgue em tom alarmante a situação da capital, mas nos abandone em termos práticos. O dinheiro que o Ministério da Saúde aportou no DF não dá para nada, nem para o começo das ações necessárias de enfrentamento”, afirmou Ibaneis Rocha ao Metrópoles.

Emendas

O governador disse ter redirecionado as emendas parlamentares impositivas, no valor de R$ 70 milhões, para as ações relacionadas ao enfrentamento da pandemia. Mas, ainda assim, Ibaneis estimou que os recursos são limitados e que aguarda do governo federal coerência entre o diagnóstico da situação no DF e as providências práticas.

“Esperamos um suporte na prática, em recursos, para que a gente possa reforçar as ações de proteção à população. Eu repito: não adianta alarmar a população e não tomar medidas práticas que possam, realmente, fazer a diferença e ajudar quem mora no DF”, afirmou o governador.

O Distrito Federal foi pioneiro nas medidas de isolamento social, como fechamento das escolas, de boa parte do comércio e da proibição de aglomerações. A maioria da população tem respeitado e apoiado as duras medidas consideradas essenciais no controle da evolução da pandemia.

Mas há, no DF, algumas características intrínsecas à capital da República que contribuíram para o registro acelerado de casos, proporcionalmente, ao número da população.

O DF reúne grande quantidade de profissionais de órgãos federais, embaixadas e organizações internacionais. Trata-se de um grupo de pessoas que fazia viagens ao exterior constantemente e que teve contato com o vírus em outros países.

Além disso, o subsecretário de vigilância epidemiológica do DF, Eduardo Hage, que é médico sanitarista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), destaca que o DF não tem pendências de processamento de amostras pelo Lacen, diferentemente de vários outras unidades da Federação.

Até às 18h58 deste sábado, o governo local registrou 464 pessoas infectadas pelo coronavírus, sendo 15 em estado grave. Desde o início do registro do primeiro caso no DF, há exatamente um mês, sete pessoas morreram diagnosticadas com o vírus.

Os repasses, um no dia 16 e outro em 23 de março, foram publicados no Diário Oficial da União. Confira:

Portaria Ministério da Saúde — Verbas para os estados e o DF by Metropoles on Scribd

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