Ibaneis após volta ao Buriti: “Tivemos uma radicalização da extrema direita no Brasil”
Emedebista concedeu entrevista ao Metrópoles. Governador voltou ao cargo na quarta-feira (15/3), após ficar 65 dias afastado
atualizado
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Em entrevista ao Metrópoles, nesta quinta-feira (16/3), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que está feliz de voltar ao cargo.
O emedebista voltou a assumir o Palácio do Buriti nessa quarta-feira (15/3), depois de ficar 65 dias afastado após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A entrevista foi transmitida ao vivo no Instagram do Metrópoles DF.
Em relação aos ataques ocorridos no dia 8 de janeiro, ressaltou ser preciso que o país volte a “viver em ambiente harmônico”. “Após as eleições, tivemos uma radicalização da extrema direita no Brasil”, disse. Ibaneis também lamentou os resultados dos atos de vandalismo.
“Tivemos atos muito graves e que desencadearam um movimento muito triste com mais de mil pessoas presas, afastamento de um governador”, completou.
Único governador reeleito em primeiro turno na história do DF, Ibaneis comentou ainda não ter conversado com a vice, Celina Leão (PP), nem com os secretários. “Cumpri a decisão do STF. Acompanhei tudo pela imprensa e ainda vou me atualizar da situação do DF”, pontuou, antecipando que medidas devem ser tomadas nos próximos dias.
“Tem muita coisa que pode andar mais rapidamente no DF. Vou cobrar os secretários a questão das obras. Tem muita coisa para lançar”, disse. Em seguida, citou o anúncio que fez mais cedo sobre a construção de três novos hospitais — um no Recanto das Emas, um no Guará e um em São Sebastião.
Ainda sobre a saúde, o emedebista afirmou que a troca no comando do Instituto de Gestão e Estratégia em Saúde do DF (Iges-DF) foi uma decisão acertada da vice-governadora. “A mudança que a Celina fez no Iges se fazia necessária, em que pese o excelente trabalho que a Mariela [ex-presidente do Instituto] fez nesse período. Ela pegou o Iges com dívidas e conseguiu organizar. Mas ainda precisamos avançar muito.”
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Em relação ao futuro político, Ibaneis afirmou que tem vontade de seguir na vida pública, mas ressaltou que, mais perto do fim deste segundo mandato, fará uma avaliação de aprovação e, então, decidirá se vai concorrer a algum outro cargo.
“Caso dê errado, volto para o meu escritório e para a minha família com tranquilidade”, reforçou.
Decisão de Moraes
O ministro do STF Alexandre de Moraes revogou o afastamento de Ibaneis. A primeira decisão determinava que o governador deixasse as funções durante 90 dias. A medida foi confirmada, posteriormente, pelo Plenário da Corte.
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A medida decorreu das investigações sobre suposta omissão e conivência de autoridades em relação à invasão e depredação dos prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Ibaneis continua como investigado no processo.