Homem que matou dentista com tiros à queima-roupa vai a júri popular
Um júri popular vai julgar Osmar Sousa pelo feminicídio de Thais Campos, morta na porta de casa em junho de 2021. Sousa continua preso
atualizado
Compartilhar notícia
A Justiça do Distrito Federal decidiu que Osmar de Sousa Silva vai ser julgado por um júri popular pelo feminicídio da cirurgiã-dentista Thais da Silva Campos, que tinha 27 anos.
Veja imagens do crime:
O crime que chocou o DF ocorreu há quase um ano, em Sobradinho. Na noite de 20 de junho de 2021, Thais foi morta com tiros à queima-roupa na porta de casa. Um dos disparos atingiu o rosto da mulher, que morreu no local. O feminicídio foi gravado por câmeras de segurança.
Thais era servidora da Secretaria de Saúde desde 2013. A dentista ingressou na pasta como técnica de higiene dental e estava lotada na Unidade Básica de Saúde 3, da Fercal.
Segundo as investigações, Silva matou Thais por não aceitar o fim do relacionamento que eles tiveram por aproximadamente quatro anos. O casal tem uma filha.
Osmar Silva confessa feminicídio de Thais Campos: ele comprou arma há meses
O juiz Guilherme Marra Toledo, do Tribunal do Júri de Sobradinho, decidiu que Silva será julgado pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e de forma que dificultou a defesa da vítima.
O assassino também responderá pelo crime de posse e porte ilegal de arma de fogo. A sentença foi publicada nesta terça-feira (24/5).
Além de pronunciar o réu, Toledo manteve a prisão preventiva de Silva. Ele está detido desde 21 de junho do ano passado. “O sofrimento exacerbado das vítimas indiretas do crime – de ter de se despedir do entre querido com o rosto desfigurado por conta dos disparos efetuados à curta distância da face da ex-mulher – também indica, ao menos em tese, a intenção do réu de depreciar moralmente ainda mais a vítima, impingindo sofrimento intenso aos familiares da ofendida”, escreveu o juiz.
Motivação
Testemunhas contaram à polícia que Thais se separou de Silva porque descobriu que ele a traía com prostitutas. De acordo com as investigações, Silva pedia para retomar o relacionamento e, por diversas vezes, ameaçou matar Thais e a filha do casal. À época do assassinato da mãe, a criança tinha 2 anos.
Porém, a dentista não denunciou o ex porque ele dizia que isso poderia atrapalhá-lo a conseguir um emprego em Portugal.
O criminoso confessou o crime, mas disse que a motivação do feminicídio era financeira, porque ficou com dívidas após a separação. Ele afirmou que comprou a arma em uma feira de Ceilândia, por R$ 5,6 mil.