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Delgatti diz guardar conversa inédita em que Zambelli confessa crime

O hacker Walter Delgatti Neto é ouvido em depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal

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Telão com homens conversando é observado por fotógrafo
1 de 1 Telão com homens conversando é observado por fotógrafo - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O hacker Walter Delgatti Neto disse que tem uma conversa com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na qual a parlamentar confessa que foi ela a responsável pelo texto falso de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, inserido após invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Existe uma conversa minha com a Carla, que ainda não saiu na mídia, em que ela confessa que realmente foi ela”, afirmou o hacker durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (14/9).

O relator da CPI, deputado distrital Hermeto (MDB), perguntou se a conversa poderia ser entregue à CPI, e o hacker informou que conversaria com o advogado e responderia depois.

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CPI dos antidemocráticos do 8 de Janeiro da CLDF
O hacker Walter Delgatti Neto participa de forma remota
CPI na Câmara dos Deputados do Distrito Federal (CLDF)
O deputado Chico Vigilante preside a CPI
Deputados distritais na oitiva de Walter Delgatti
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O hacker Walter Delgatti Neto participa da oitiva dos antidemocráticos do 8 de Janeiro da CLDF de forma remota

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Oitiva do hacker Walter Delgatti Neto

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Delgatti presta depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF por videoconferência. Ele está preso em Araraquara (SP) e não pôde se deslocar para Brasília por falta de dinheiro da Câmara distrital para pagar passagem, segundo o presidente da comissão, Chico Vigilante (PT).

Cinco dos sete deputados participaram da CPI da CLDF: além de Chico e Hermeto, Fábio Felix (PSol), Gabriel Magno (PT) e Paula Belmonte (Cidadania).

Encontro com Bolsonaro

O hacker também falou sobre o encontro que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada para tratar de plano para invasão das urnas eletrônicas.

Segundo Delgatti, o então presidente da República disse que o hacker seria o responsável por “salvar a liberdade do povo” e que havia um plano da esquerda para “implantar o comunismo no Brasil e a China teria territórios aqui”.

“Ele elogiou o que eu tinha feito com a Lava Jato, sim, ele elogiou e disse que eu tinha missão que seria salvar a liberdade do povo. Então, tendo acesso [às urnas eletrônicas] e mostrando ao povo [a fragilidade do sistema] seria a liberdade do Brasil”, disse o hacker em referência a uma suposta fala de Bolsonaro durante o café da manhã do qual participou no Alvorada.

Delgatti também disse que Bolsonaro afirmou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, era “de confiança” e que havia acabado com a Operação Lava Jato.

Ele reafirmou o que relatou na CPI mista do 8/1, do Congresso Nacional, sobre reuniões no Ministério da Defesa. O hacker disse que esteve no órgão por cinco vezes para tratar de informações sobre supostas fragilidades das urnas eletrônicas.

“Eram reuniões em que eu dava dicas de como esconder o código, de como fazer o teste. Exemplo: se tivesse algoritmo no código, [explicava] como escapar dele. Porque, a vida toda, fui eu quem criava isso. Então, era muito mais fácil eu fazer o laudo com teste do que eles que aprenderam na faculdade”, disse.

Lembre o caso

Delgatti, que ficou conhecido nacionalmente como o hacker da Vaza Jato, está preso desde 2 de agosto de 2023 por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

De acordo com a Polícia Federal, os crimes aconteceram em 4 e 6 de janeiro deste ano. Nas datas, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações, a invasão ocorreu “com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita”. Isso configuraria crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Na mesma operação em que a Polícia Federal prendeu o hacker, Zambelli foi alvo de busca e apreensão.

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