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Guerra fará gasolina subir pelo menos R$ 0,70 no DF, prevê sindicato

Ao Metrópoles especialistas explicam como o conflito entre Rússia e Ucrânia impacta na disparada do preço dos combustíveis no Brasil

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Carro em frente a placa com preços de combustíveis
1 de 1 Carro em frente a placa com preços de combustíveis - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Uma das consequências que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode trazer ao Brasil é a disparada do preço dos combustíveis. Na capital do país, o Sindicato dos Combustíveis do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF) prevê a possibilidade de aumento de pelo menos R$ 0,70 no litro da gasolina nos próximos dias.

De acordo com Paulo Tavares, presidente do Sindicombustíveis-DF, nessa terça-feira (1º/3), a defasagem de preço da Petrobras para o mercado internacional foi de R$ 0,73 no caso da gasolina e de R$ 0,69 no do óleo diesel. “É possível que a Petrobras repasse essa diferença de R$ 0,73 para a revenda por causa dessa crise”, avalia.

“O último aumento que a Petrobras fez foi no meio de janeiro, e a elevação foi de R$ 0,15, para corrigir essa defasagem. Então, essa diferença atual é o que a Petrobras, em tese, deveria reajustar hoje para as distribuidoras”, diz Paulo.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina comum no DF na última semana, entre 20 e 26 de fevereiro, foi de R$ 6,739. O valor é similar ao preço médio do litro na semana anterior, de R$ 6,740.

Com isso, caso haja reajuste de R$ 0,73, como prevê o sindicato, o valor do litro da gasolina na capital da República pode chegar a R$ 7,46.

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)
No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis
Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível
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O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)

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No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo

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O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis

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Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado

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A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível

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O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual

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A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel, e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis

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Impactos no Brasil

Para explicar os impactos da guerra no valor dos combustíveis no Brasil, a coluna conversou com dois especialistas. O economista Flauzino Antunes explica que a Rússia, como segunda maior produtora de petróleo no mundo, abastece 25% da Europa. Dessa forma, caso o governo russo deixe de abastecer os países dependentes, “estes terão de procurar no mercado quem supra aquela deficiência”.

“Então, alguém vai ficar sem petróleo no mundo. Porque aquele fornecimento que iria para a África, por exemplo, vai para a Europa com preço maior. Os continentes vão começar a concorrer e isso vai refletir também no Brasil”, analisa. “Esse não é um conflito só Ucrânia-Rússia, mas um conflito mundial”, acrescenta Antunes.

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Segundo César Bergo, economista sócio-diretor da OpenInvest, apenas no mês de março, o preço do petróleo subiu mais de 15%. “Sem dúvidas, o barril subindo desta forma afeta o preço no mundo inteiro. No caso de a Rússia interromper o fornecimento não só do petróleo como também do gás, a Europa, por exemplo, terá de buscar alternativas. Então, pressiona o mercado”, frisa.

“Outro fator importante de risco é que as grandes empresas petrolíferas estão rompendo vários contratos com o governo russo. Isso também vai afetar a cadeia de suprimentos. Veremos nos próximos dias, com a continuidade da guerra, aumento no preço do barril de petróleo, o que afetará diretamente a economia do Brasil, que é dependente da exportação de combustível“, pontua Bergo.

“Nos três últimos meses, o petróleo saiu da faixa de US$ 90 para US$ 107. Em compensação, o dólar caiu. Isso, de alguma forma, deveria compensar, mas o aumento do petróleo é bem maior. Então, tudo indica que nos próximos dias veremos o preço da gasolina, do diesel, do gás, e derivados de petróleo em geral, subindo para o consumidor brasileiro”, enfatiza.

Ainda de acordo com Bergo, há uma preocupação com a possibilidade de Vladimir Putin usar a capacidade de produção de petróleo russa como arma contra as sanções do Ocidente. “Em função das sanções econômicas que os governos Ocidentais estão imputando à Rússia, provavelmente haverá retaliação do governo russo com relação ao fornecimento desse produto”, afirma o especialista.

“Mas o desenrolar dos acontecimentos nos próximos dias dirá para onde podemos ir com esses impactos na economia”, conclui Bergo.

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