Grupo de 200 organizações do movimento negro processa Sérgio Camargo
A Coalizão Negra por Direitos disse que ingressou com ação civil pública contra a retirada de obras do acervo da Fundação Cultural Palmares
atualizado
Compartilhar notícia
A Coalização Negra por Direitos, grupo que reúne 200 organizações ligadas ao movimento negro, disse que entrou na Justiça contra o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo (foto em destaque). A entidade quer impedir a exclusão de obras do acervo da instituição.
Na sexta-feira (11/6), a Fundação Palmares publicou um relatório no qual aponta que 5.165 livros, 54% do total da biblioteca, têm “temática alheia à negra”, com conteúdos relacionados a “sexualização de crianças”, “manuais de greve”, “bizarrias”, “pornografia e erotismo”.
Sérgio Camargo anunciou que os exemplares serão doados. “Estes livros encontrarão um lar que os acolha, nem que sejam cursos de humanas das federais”, disse, em publicação no Twitter.
Na ação civil pública, a Coalizão Negra por Direitos afirmou que “a honra e a dignidade da população afro-brasileira, e também de patrimônio público e social, serão violados caso obras sejam retiradas do acervo”.
“Nomes como Carlos Marighella, ex-deputado federal e fundador da Aliança Libertadora Nacional, organização de resistência à ditadura militar, estão na lista feita por Camargo”, pontuou.
A organização destacou que “Sérgio Camargo já desqualificou a luta do movimento negro e minimiza os reflexos do racismo na vida do povo negro no Brasil, reforçando o discurso do governo federal de que as denúncias e lutas contra o racismo representam vitimismo”.
Confira a ação: