Greve dos caminhoneiros: raiva é principal sentimento dos internautas
Análise exclusiva da AP/Exata para a Grande Angular revela quais foram as reações dos brasileiros no Twitter
atualizado
Compartilhar notícia
Xingar muito no Twitter. Foi essa a reação de muitos brasileiros diante da crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o país. Análise da AP/Exata Inteligência em Comunicação Digital, exclusiva para a Grande Angular, apontou que o sentimento de raiva dominou a rede social desde o primeiro dia da greve.
Também foi constatado que a maioria dos internautas manifestou sentir orgulho do movimento, apesar das mensagens pessimistas terem sido mais frequentes do que as otimistas.
A raiva foi o sentimento mais presente, seguido por outros três: medo, tristeza e confiança. O último cresceu após o governo anunciar o primeiro acordo com os caminhoneiros, que acabou não se concretizando.
Confira:
Responsável pela análise, o diretor da AP/Exata e pós-doutor em Comunicação, Sergio Denicoli, explica que a raiva não é necessariamente contra o movimento grevista ou o governo: “É a insatisfação com o que está posto”.
De acordo com Denicoli, é esse o sentimento responsável pelo maior engajamento dos internautas. “Quando as pessoas estão com raiva, elas entram mais nos debates. Funciona como gasolina para as interações”, disse.
A maioria dos internautas manifestou orgulho do movimento, apontou a análise. Nesta sexta-feira (25/5), o percentual chegou a 58%, contra 42% de vergonha da mobilização.
Veja:
Durante a análise, as manifestações pessimistas se sobrepuseram às otimistas. Mas, ao longo dos dias, é possível ver o aumento de interações positivas, passando de 32% no domingo (20) para 42% na sexta (25).
Confira:
Também foram analisadas as emoções relacionadas ao presidente Michel Temer após o anúncio de que as forças federais seriam utilizadas para desbloquear as estradas. Observados os tweets publicados entre as 12h e as 16h desta sexta (25), os sentimentos negativos dominaram a rede, com destaque para o medo, a raiva e a tristeza.
Perfis mais influentes
Duas hashtags relacionadas à paralisação entraram nos TrendTopics do Twitter: #TemerAbaixaAGasolina e #EuApoioAGreveDosCaminhoneiros. A pesquisa identificou que a primeira foi gerada por um perfil fake, especializado em compartilhar mensagens conservadoras.
A segunda, no entanto, veio de postagens de pessoas reais e provocou um amplo debate político. “As hashtags são como grupos, percebemos que muitas pessoas aproveitaram o alcance da etiqueta para inserir fatos político partidários e criar um contexto de embate político”, explicou Denicoli.