Criminosos usam TJDFT e escritório de advocacia para aplicar golpe
Estelionatários enganam clientes de escritório de advocacia brasiliense cobrando taxas para vítimas receberem valores de processos judiciais
atualizado
Compartilhar notícia
Criminosos têm usado a logomarca do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) em um esquema para aplicar golpe em clientes de um escritório de advocacia de Brasília.
Os estelionatários entram em contato com as vítimas e dizem que elas precisam pagar R$ 1.497 para ter acesso aos recursos que esperam receber em processos judiciais. Os alvos são clientes da Rodrigues Pinheiro Advocacia, que, de fato, representa-os em ações na Justiça.
Para dar mais credibilidade ao pedido de pagamento, os golpistas enviam um informe com a logo do TJDFT. Até o momento, ao menos três pessoas caíram no golpe, denunciado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Veja as imagens usadas pelos criminosos:
Relatos
Uma das vítimas, um professor da Universidade de Brasília (UnB), contou à PCDF que o criminoso entrou em contato para informar que o docente ganhou uma ação contra o Banco do Brasil e, por isso, precisaria pagar R$ 1.479 como taxa para um despachante.
Depois que a vítima fez o pagamento, os estelionatários tentaram arrancar mais dinheiro e pediram que ele quitasse um imposto de R$ 17.790 para ter acesso ao valor supostamente liberado no âmbito processo judicial, de R$ 350 mil. O professor desconfiou da nova solicitação e descobriu se tratar de um golpe.
Outra vítima dos criminosos que se passam por advogados, uma denunciante relatou à Polícia Civil que recebeu mensagem semelhante, na qual foi informada de que deveria fazer um Pix de R$ 1.497 para um despachante.
O valor seria referente à taxa para isenção do Imposto de Renda (IR) sobre o valor do processo judicial. Ela teria R$ 120 mil a receber.
Um dos sócios do escritório, o advogado Rafael Rodrigues de Oliveira disse à coluna que aguarda a apuração das autoridades competentes para identificar os criminosos e entender como eles tiveram acesso aos dados das vítimas.
Em comunicado no Instagram, a Rodrigues Pinheiro Advocacia advertiu os clientes que não exige, em hipótese alguma, pagamento prévio para liberação de valores em processo judicial. “Nenhum advogado da nossa equipe nem servidores da Justiça adotam esse tipo de procedimento”, alertou.
O TJDFT informou que a marca do tribunal, como a de outros órgãos públicos, é acessível de forma irrestrita, por se tratar de imagem pública. Por isso, a Corte não teria meios de controle quanto ao acesso por usuários da internet ou à finalidade dada a ela.
“O tribunal não foi notificado oficialmente sobre a criação de falsos documentos com uso indevido de sua marca, bem como do nome de magistrados e serventuários. Vale destacar que o TJDFT não realiza contato por telefone ou e-mail com finalidade de levantamentos de alvarás, pagamentos de guias de custas ou pagamento de precatórios, estabelecendo as comunicações, quando necessário, pelas vias oficiais”, detalhou a Corte.
Ver essa foto no Instagram