O ex-ministro da Saúde Gilberto Occhi deve assumir interinamente a presidência do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), nesta quinta-feira (18/2).

À coluna Grande Angular, o Iges-DF confirmou que o indicado torna-se gestor automaticamente após apresentação ao Conselho de Administração do Iges-DF, que está marcada para as 10h desta quinta. A 15ª Reunião Extraordinária do colegiado, que precisa aprovar Occhi, será realizada por videoconferência.

Occhi só poderá ser efetivado no cargo de diretor-presidente da instituição após a sabatina realizada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), que ainda não tem data para ocorrer. No dia 9 de fevereiro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enviou à CLDF a indicação do ex-ministro.

O Iges-DF é mantido com dinheiro público por meio de repasses da Secretaria de Saúde. O instituto é responsável pela gestão dos hospitais de Base e Regional de Santa Maria (HRSM), bem como das unidades de pronto atendimento (UPAs) da capital federal.

“Preciso dar uma bela de uma organizada no Iges, que acabou tendo sua gestão prejudicada no contexto de atropelo da pandemia. O Gilberto terá toda a capacidade para tocar este projeto importantíssimo da Saúde”, disse o governador à coluna, quando confirmou o nome do novo presidente do Iges-DF.

Perfil

Occhi foi ministro da Saúde, entre abril de 2018 e janeiro de 2019, e presidente da Caixa durante a gestão de Michel Temer (MDB). Antes, ele foi ministro das Cidades e também da Integração Nacional do governo de Dilma Rousseff (PT).

Após o fim do mandato de Temer, Occhi passou a atuar em âmbito local e foi escolhido por Ibaneis para a chefia da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). Depois de permanecer um ano no cargo, ele saiu em dezembro de 2019.

Além da experiência em diversos postos do primeiro escalão do governo federal, Occhi é considerado nos bastidores de Brasília como um quadro político ligado ao PP. A volta dele para uma função de destaque ocorre dentro do contexto de apoiamento de Ibaneis ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que saiu vitorioso da articulação que garantiu a Arthur Lira (PP-AL) a presidência da Câmara dos Deputados.

Mudanças

O Conselho de Administração do Iges-DF afastou o então presidente do instituto, Paulo Ricardo Silva, durante reunião realizada no início deste mês. O diretor de Administração e Logística, Marcelo Oliveira Barbosa, assumiu o cargo interinamente.

Quinze dias antes, diretores do instituto fizeram uma moção de protesto e repúdio, na qual afirmaram que Silva “não possui condição e competência de gestão para permanecer no cargo”.

A diretoria executiva fez críticas às ações do então gestor, como contratação sem “requisitos mínimos para ocupação do cargo” e a recusa em demitir Lucas Seixas da função de superintendente do Hospital de Base. O médico foi condenado pela morte de uma paciente na rede privada.