General diz que “Bolsonaro não tem capacidade para cumprir promessas”
O general da reserva do Exército Paulo Chagas, aliado de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, tem se mostrado decepcionado com o governo
atualizado
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Após recuo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da crise entre os Poderes causada por ele, o general da reserva do Exército Paulo Chagas disse que o governo Bolsonaro “não tem mais condições de recuperar o formato inicial e a capacidade para cumprir a maior e melhor parte das promessas que o elegeram”.
“O passado e as atitudes intempestivas, equivocadas e imaturas do presidente e da sua família fizeram com que a equipe de governo perdesse conteúdo, força política, tempo e espaço em um ambiente no qual teria que transitar com inteligência, cuidado e cautela para assegurar a conquista de uma boa parte dos objetivos pretendidos”, escreveu Chagas em um texto direcionado a amigos, neste sábado (11/9).
Paulo Chagas foi candidato a governador do Distrito Federal nas eleições de 2018 e ficou em 4º lugar. À época, era aliado de Bolsonaro.
No texto publicado nas redes sociais, o general da reserva disse que “não resta a Bolsonaro e a seu governo mais do que as alianças e concessões que já vêm fazendo para chegar ao final do mandato, preservar o pouco que pôde ser feito e, pelo menos, assegurar o direito de participar das próximas eleições presidenciais”.
No fim, Paulo Chagas encoraja os amigos a permanecerem “fiéis” a todas as propostas liberais e conservadoras que integraram a campanha de Bolsonaro.
Veja o texto na íntegra:
“A comovente ocultação da realidade.
Caros amigos
O governo Bolsonaro, infelizmente, não tem mais condições de recuperar o formato inicial e a capacidade para cumprir a maior e melhor parte das promessas que o elegeram.
O passado e as atitudes intempestivas, equivocadas e imaturas do Presidente e da sua família fizeram com que a equipe de governo perdesse conteúdo, força política, tempo e espaço em um ambiente no qual teria que transitar com inteligência, cuidado e cautela para assegurar a conquista de uma boa parte dos objetivos pretendidos.
Embora nunca seja tarde para rever posturas, aprender a controlar atitudes e ouvir as pessoas certas, não resta a Bolsonaro e a seu governo mais do que as alianças e concessões que já vêm fazendo para chegar ao final do mandato, preservar o pouco que pôde ser feito e, pelo menos, assegurar o direito de participar das próximas eleições presidenciais.
Lamentavelmente, ainda há quem, de forma comovente, continue a enxergar e a apresentar o Presidente como um incompreendido gênio da estratégia política, tentando, assim, ocultar uma realidade que, nua e crua, brilha aos olhos do mundo.
Apesar do fracasso deste governo na tentativa de implementar as propostas liberais e conservadoras que fizeram com que quase 40% do eleitorado votasse nele, devemos permanecer fiéis a todas elas e continuar, como filhos amados desta terra, a procurar, entre nós, aqueles que têm vontade, real capacidade e sensibilidade para torná-las realidade.
O Brasil merece a nossa fé e a nossa perseverança!
Gen Paulo Chagas”