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GDF quer “retirada total do dinheiro a bordo” dos ônibus em 2024

Em entrevista à coluna Grande Angular, o secretário de Transporte do DF falou que serão aceitos somente pagamentos em cartões ou Pix

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Hugo Barreto/Metrópoles
Movimentação na Rodoviária do Plano Piloto, com ônibus lotados, após fechamento de estações do metrô por causa de problemas de sinalização
1 de 1 Movimentação na Rodoviária do Plano Piloto, com ônibus lotados, após fechamento de estações do metrô por causa de problemas de sinalização - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Zeno Gonçalves, disse, em entrevista à coluna Grande Angular, que planeja a “retirada total do dinheiro a bordo” dos ônibus, a partir dos validadores que permitem o pagamento da passagem com cartões e Pix.

Atualmente, essa tecnologia está em fase de teste em 134 ônibus da Marechal. Há um cronograma para ampliação do sistema que também possibilita o acompanhamento em tempo real dos veículos por meio de aplicativo.

“Nós temos um cronograma de fazer pilotos em regiões como, por exemplo, Gama, Santa Maria ou Sobradinho – gente está avaliando – nos quais não serão mais aceitos pagamento em espécie dentro dos ônibus. As pessoas vão poder usar os seus cartões ou adquirir um bilhete”, disse Gonçalves.

Segundo o secretário, a pasta fará ampla divulgação sobre a novidade, e o objetivo é que, ainda este ano, haja “retirada total do dinheiro a bordo”. A portaria que trará os detalhes do projeto será publicada ainda no primeiro semestre de 2024, de acordo com o gestor.

“Vai ter uma transição. A gente vai fazer muita propaganda, vai divulgar para as pessoas. Ainda este ano nós vamos ter tanto essa possibilidade de retirada total do dinheiro a bordo, como também a previsibilidade”, afirmou. Assista à entrevista, gravada na quinta-feira (4/4):

Durante a entrevista, o secretário de Transporte disse que um grupo de trabalho com integrantes do governo federal, de Goiás e do DF tenta encontrar uma forma de melhorar o sistema do Entorno. Gonçalves pontuou que 60% da população de cidades goianas vem para Brasília todos os dias, o que eleva a população do Plano Piloto a 1,5 milhão de pessoas durante 10 horas.

“O modelo lá é de uma concessão onerosa. As empresas só recebem a tarifa usuário, com zero subsídio. Então, colocar o GDF para pagar mais ainda essa conta ia pesar muito para o nosso subsídio. É uma equação que ia onerar bastante o nosso sistema”, afirmou.

O titular da pasta citou a possibilidade de integrar os sistemas e declarou que o Governo do DF já arca com a estrutura porque os ônibus do Entorno usam as faixas exclusivas dos coletivos da capital federal.

“Agora, se você integrar todos e introduzir esses usuários dentro do sistema para que eles paguem uma tarifa única, com integração, talvez nós teríamos equilíbrio”, pontuou.

Gonçalves também falou sobre a renovação da frota. Segundo o secretário, a Marechal irá entregar 377 novos ônibus até o fim deste ano. A empresa é responsável pelo transporte público em Taguatinga, Guará, Águas Claras, Ceilândia e Park Way.

“Nesse novo cronograma, a renovação da frota toda vai ser concluída até o fim de 2024, e não em 2026. Na verdade, nem era em 2026. Eles apresentaram um escalonamento por lotes, cujo último lote seria em janeiro de 2026. Aí eu falei: ‘Não dá para aceitar'”, disse. A compra dos novos ônibus não terá custo para o usuário, ou seja, não haverá aumento da passagem, de acordo com Gonçalves.

Leia a entrevista:

Isadora Teixeira: Três deputados distritais do PSol e do PSB acionaram o Tribunal de Contas e o Ministério Público em razão do descumprimento da renovação da frota da Marechal, uma das cinco empresas que fazem o transporte coletivo do DF. E, também, diante da informação de que os novos ônibus só chegarão em 2026, daqui a dois anos. Mesmo sem trocar os veículos no ano passado, conforme previsto inicialmente, o contrato acabou renovado. Por quê?

Zeno Gonçalves: Na renovação de contrato, você avalia vários aspectos. Um deles é vantajosidade. Quando você já tem uma empresa que atua, mesmo com os ônibus não totalmente renovados, mas com uma frota que atende aos requisitos mínimos de segurança, e você tem a possibilidade de não perder a continuidade do serviço para o usuário, pois o nosso principal compromisso é não deixar o usuário desassistido, e a gente optou – isso foi na gestão do meu secretário que me antecedeu, que foi o Flávio – por renovar a frota e renovar o contrato com o compromisso.

A Marechal assumir esse compromisso, na renovação desse contrato, de fazer a substituição dos ônibus que ainda não havia sido feita. Bom, ela tinha um prazo para atender, apresentar esse cronograma. Ela apresentou dentro do prazo previsto nesse aditivo de prorrogação. Na sequência, pouco tempo ainda, nós fizemos um acordo para pagamento de um passivo que a Marechal tinha. De fato, ela tinha esse passivo, e nesse acordo ela ratificou essa obrigação de renovar e apresentar o cronograma de renovação de frota. E assim ela o fez. Ela cumpriu o prazo, apresentando o cronograma de renovação de 377 veículos.

Num primeiro momento, foi esse prazo que você citou. A Semob não aceitou. Nós nos reunimos com a empresa e fomos bastante claros com a empresa e dizendo que, se eles não apresentassem um cronograma de renovação com comprovante de aquisição desses veículos que atendesse a necessidade o prazo de até 180 dias, nós não aceitaríamos. E, na sequência, poucos dias depois, a empresa me disse que renegociou e conseguiu um prazo de fornecimento de veículos mais ágeis. Ela apresentou, semana passada, esse novo cronograma e foi aceito.

Então, nesse novo cronograma, a renovação da frota toda vai ser concluída até o fim de 2024, e não em 2026. Na verdade, nem era em 2026. Eles apresentaram um escalonamento por lotes, cujo último lote seria em janeiro de 2026. Aí eu falei: ‘Não dá para aceitar’. A gente não aceitou, e eles tentaram justificar, mas, enfim, entenderam a importância que a gente tem de acelerar essa renovação. E assim foi feito. Começam a chegar os primeiros lotes já agora em abril, até o fim de abril.

Isadora Teixeira: Serão quantos?

Zeno Gonçalves: Neste primeiro semestre, em torno de 122 ônibus. Até o fim do ano serão os 377 ônibus. E mais um detalhe, informação que a empresa me passou: estão trazendo ônibus com uma tecnologia muito moderna. A informação que eles nos deram é que serão veículos da marca Volvo. Não serão nem os Mercedes que tradicionalmente usamos aqui em Brasília. São veículos mais modernos, mais adequados e muito mais eficientes energeticamente. Um pouco mais caros, não muito, mas eles conseguiram uma boa negociação. Segundo eles me disseram, a Volvo faz questão de ter bons ônibus aqui na capital do Brasil. Nós estamos bastante entusiasmados com essa nova frota que está vindo aí.

Isadora Teixeira: Essa renovação de frota tem um custo. Já está incluído no contrato? Vai ter custo para a população? A passagem vai aumentar?

Zeno Gonçalves: Não, não aumenta. O preço da tarifa usuário não vai aumentar. São as três faixas que a gente tem: de R$ 2,80, R$ 3,70 e R$ 5,50. Esse valor não vai subir. A determinação do governador Ibaneis é de não repassar esse custo. Agora, quando você faz um contrato de concessão, você tem as datas dos investimentos futuros, bem como o valor da depreciação de cada veículo e as datas previstas para renovação de frota.

Tudo isso já está previsto desde a contratação inicial, lá em 2011, 2012, e agora na renovação de frota. Então, à medida que você vai tendo que renovar sua frota, você prevê esse valor de investimento, e isso é remunerado ao longo de todo o contrato. Esse é o modelo de concessão utilizado em todas as formas de concessão de rodovias, de ferrovias e, também, o serviço de transporte. E aí é remunerado pela tarifa técnica. Ao longo de todo o contrato, você tem uma taxa de retorno, você prevê os investimentos, você calcula qual vai ser o valor que a empresa tem que ser remunerada para você manter o equilíbrio do contrato dentro do lucro pactuado que ela propôs e que foi aceito na licitação e no contrato.

Para o usuário, nenhum acréscimo de investimento. Para o governo, a gente está sempre monitorando esse equilíbrio, para que a gente tenha o menor subsídio possível.

Com a pandemia, os gastos do governo se elevaram, mas eles estão numa descendente agora. Já chegaram ao pico, agora estão descendendo.

No ano passado, nós tivemos o custo de R$ 1,8 bilhão de gastos de subsídio. Este ano, a ideia, pelos nossos cálculos, a gente vai diminuir para R$ 1,4 bilhão. E a economia nos próximos anos, esse próximo período de contrato, será de aproximadamente R$ 5 bilhões. Se a gente tornar o sistema mais eficiente, com mais usuários, mesmo adquirindo mais ônibus, mesmo ampliando as linhas, você vai baixando mais ainda o custo.

O ideal é que a gente tivesse o equilíbrio e que a tarifa do usuário pagasse o sistema. Brasília tem um modelo único no Brasil. Você tem um grande deslocamento de massa de pessoas que vêm para trabalhar e voltam em horário de pico. O resultado você vê ali no entorno do Mané Garrincha, por exemplo: centenas de ônibus estacionados que poderiam estar circulando para rentabilizar o sistema. Mas não tem, porque eles ficam aguardando horário de pico pra levar todo mundo de volta. Então, esse custo é que pesa no transporte. Por isso, nosso subsídio ainda é tão pesado.

Isadora Teixeira: Existe algum projeto para que o GDF possa ajudar, de certa forma, para que as passagens do Entorno não fiquem tão altas?

Zeno Gonçalves: Se você analisar bem, se a gente parar para pensar, O GDF já arca com boa parte do custo da infraestrutura, porque esses ônibus do Entorno trafegam nas nossas vias preferenciais expressas.

Hoje, o usuário do Entorno está optando por pegar, por exemplo, os ônibus em Santa Maria. Eles vão no BRT de Santa Maria para pagar os R$ 5,50 e tem integração, ainda, de três acessos, sem precisar pagar mais.

O modelo lá é de uma concessão onerosa. As empresas só recebem a tarifa usuário, com zero subsídio. Então, colocar o GDF para pagar mais ainda essa conta ia pesar muito para o nosso subsídio. É uma equação que ia onerar bastante o nosso sistema.

Agora, se você integrar todos e introduzir esses usuários dentro do sistema para que eles paguem uma tarifa única, com integração, talvez nós teríamos equilíbrio. O que está acontecendo exatamente agora? O Ministério da Infraestrutura criou um grupo de trabalho, a Semob tem assento, nós temos dois técnicos lá participando para, justamente, discutir esse modelo de Entorno. E aí nós temos que envolver os municípios, o estado de Goiás, e o governo federal tem que entrar nessa equação, nessa conta. E, obviamente, o Distrito Federal tem que ser ouvido, porque todo mundo vem pra cá.

Cerca de 60% da população do Entorno vem para Brasília, se muda para Brasília. No Plano Piloto, há 300 mil pessoas aproximadamente. Nós subimos a população para 1,5 milhão de pessoas durante 10 horas por dia. E, então, você imagina o impacto disso no nosso sistema de transporte, com toda estrutura e infraestrutura de governo aqui em Brasília.

Isadora Teixeira: Uma cratera se abriu no Setor Policial Sul, na última quarta-feira (3/4). Houve alguma mudança no trajeto dos ônibus?

Zeno Gonçalves: Não houve nenhum impacto. Obviamente, por questão de segurança se faz ajuste de desvio, mas nenhuma linha foi alterada, nenhum horário foi alterado. Não houve prejuízo para o usuário do transporte. Esse é um assunto que o nosso novo secretário de Obras, Valter Casimiro, deve resolver.

Nessa sexta-feira (5/4), o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) informou que todas as vias do Setor Policial, sentido Taguatinga, bem como todas as alças de acesso da via Epig, já estão liberadas. O trânsito segue o fluxo normal.

Isadora Teixeira: No último sábado, um ônibus foi incendiado por seis pessoas no Sol Nascente. A Secretaria de Transporte decidiu suspender os ônibus na região após esse episódio. Como está a situação dos ônibus nesse trecho?

Zeno Gonçalves: Nós tivemos que tomar essa medida por questão de segurança. Nosso papel é garantir a segurança do usuário e dos operadores. A empresa que operava no sistema nos reportou que recebeu ameaças, dizendo que o ônibus que entrasse seria queimado. São recados do crime que atua naquela região. Nós fomos reportados desse assunto, a Secretaria de Segurança também foi comunicada. Eu trabalhei em conjunto com o secretário Sandro Avelar, que prontamente tomou algumas medidas junto com a Polícia Militar, tanto na investigação quanto na prevenção de segurança ostensiva. E, em pouco tempo, a gente restabeleceu. Houve reforço de segurança, as operadoras tiveram as garantias de poder continuar trabalhando, e aí, na madrugada de domingo, a gente já voltou a operar.

Na sequência, tinha um problema de chuva na região. Alguns trechos ali ainda continuam dificultando o total trajeto, principalmente da Linha 928. Estive lá ontem para tratar desse outro assunto. Em um primeiro momento, foi fogo, depois, água. A gente está resolvendo. Todos os dias tem alguma situação para gente resolver.

Isadora Teixeira: Atualmente, apenas 134 ônibus de mais de 2,8 mil veículos têm a possibilidade de pagamento de cartão de crédito e de débito. Existe previsão de expandir?

Zeno Gonçalves: Existe sim. Todos os ônibus terão a tecnologia. Essa tecnologia permite duas coisas. Primeiro, esse pagamento que a gente chama de sistema EMV, sigla mundialmente conhecida pelas bandeiras Elo, Master e Visa, para poder pagar com seus plásticos e com o Pix também. Segundo, é que nós vamos permitir que isso aconteça em tempo real, porque há necessidade. Se você está usando o seu cartão, você tem que ter acesso à conta do banco e validar. Senão, imagina o prejuízo de você ficar offline, e o usuário tendo que passar [o cartão] sem saldo na conta.

Então, esses novos validadores todas as empresas já adquiriram. Essa fase de testes do sistema, de software, está sendo feita nesses 134 ônibus da empresa Marechal, mas todos já estão equipados. Até o fim deste mês de abril, nós concluímos. O atraso se dá por conta da renovação de frota. A São José, por exemplo, está com os ônibus todos novos que precisam ter toda a parte de mudança, instalação dos validadores. É um assunto que demanda um certo cuidado, porque é uma tecnologia que exige muita atenção na instalação.

Mas, ainda neste primeiro semestre, nós vamos expedir uma portaria que trata da regularização e como vai funcionar essa retirada do dinheiro. Nós temos um cronograma de fazer pilotos em regiões como, por exemplo, Gama, Santa Maria ou Sobradinho – gente está avaliando –, em que não serão mais aceitos pagamento em espécie no dentro dos ônibus. As pessoas vão poder usar os seus cartões ou adquirir um bilhete. Junto com o cobrador, adquirem o bilhete provisório, sem usar o dinheiro.

Então, vai ter uma transição. A gente vai fazer muita propaganda, vai divulgar para as pessoas. Ainda este ano nós vamos ter tanto essa possibilidade de retirada total do dinheiro a bordo, como também a previsibilidade. Com esses validadores, o usuário vai poder saber onde está o seu ônibus, ele vai poder ir para parada acompanhando, pelo aplicativo do BRB Mobilidade ou outro aplicativo, o momento exato que o seu ônibus está. Hoje, isso já é possível na grande maioria das linhas, mas ainda não em todas. Então, essa modernização do sistema vai trazer muito mais conforto ao usuário, muito mais tranquilidade, segurança, porque não vai ter dinheiro a bordo e previsibilidade do transporte.

Isadora Teixeira: A expectativa é de que até o fim do ano todas as linhas de ônibus tenham esse sistema?

Zeno Gonçalves: Todas, inclusive os permissionários rurais. Até o segundo semestre. A previsão nossa, pelo cronograma, é que, em agosto ou setembro, a gente já está com isso bem testado e, rodando o piloto, a gente vai poder ampliar isso para todas as linhas.

Isadora Teixeira: Historicamente, há reclamação sobre atrasos e insegurança dentro dos ônibus. Por que isso nunca foi resolvido?

Zeno Gonçalves: Veja, nós estamos tratando de um assunto que é um desafio em qualquer parte do mundo. Os investimentos são muito altos. Nós entendemos que os governos precisam enfrentar o transporte com o mesmo olhar, por exemplo, do problema da saúde, da educação, do Sistema Único de Saúde, dos fundos de educação básica, de ensino fundamental. Então, o governo federal e os governos dos estados – e Distrito Federal não é diferente – estão enfrentando esse assunto para que haja uma garantia de recursos, de estabilidade, para que nós tenhamos não o crescente gasto.

Os cofres dos estados estão cada vez mais tendo que investir no novo transporte, porque a demanda cresce. E, obviamente, com o crescimento da demanda, vêm os aspectos de insegurança. A gente sabe disso. Estamos falando de transporte de massa, de aglomeração de pessoas, e isso atrai, obviamente, a ação criminosa, a ação do tráfico, os assaltos, as mortes que ocorrem dentro de ônibus. Tem tanta situação triste que acontece e são desafios, a gente precisa enfrentar.

Agora, quando você tem a retirada de dinheiro a bordo, quando você tem, por exemplo, previsibilidade de horário, quando você tem uma segurança que atua, que é ostensiva, que acompanha, que usa inteligência para trabalhar no combate à criminalidade, você melhora os seus índices de segurança.

Mas tem outras ações, como, por exemplo, a iluminação das paradas, dos abrigos, para a garantia de que as pessoas, principalmente as mais vulneráveis, tenham segurança quando eles forem pegar o seu transporte em horários diferenciados, como a noite ou de madrugada, o trabalhador tem que sair. A gente está monitorando sempre isso e sempre tendo um olhar de cuidado para quem usa o transporte, sabe? A gente se preocupa muito com isso.

A determinação do governador é: todo investimento só vai valer a pena se as pessoas se sentirem seguras para pegar o transporte, sentirem que o transporte está melhorando, e a gente quer passar essa sensação para as pessoas. A ideia de que o transporte é ruim é porque é difícil. Você tem que pegar um ônibus que, muitas vezes, está cheio e, por algum problema, ele não chega no horário. A gente monitora, a gente pune as empresas, a gente fiscaliza.

Com a renovação da frota da Marechal, nós teremos a frota mais nova, mais segura e mais tranquila do ponto de vista da regularidade para o usuário de todo o Brasil. Brasília já tem o que falar de pontos positivos, mas vai se orgulhar muito ainda do sistema de transporte. Agora, esses desafios a gente tem consciência deles, e a gente está enfrentando. Óbvio, a gente quer que as pessoas tenham essa sensação de que está melhorando e vai melhorar mais ainda.

Isadora Teixeira: Em que pé está a concessão da Rodoviária do Plano Piloto para a iniciativa privada?

Zeno Gonçalves: O edital de concessão está na praça. A entrega das propostas dos participantes vai ser dia 25 de abril. A partir daí, a gente começa a fazer análise. Eu acredito que, se tudo correr bem, não tiver nenhum empecilho, e nós tenhamos que adiar a abertura das propostas, eu penso que, em 90 dias, a partir da data da abertura, nós já tenhamos condição de declarar o vencedor.

Isadora Teixeira: A expectativa é que a nova empresa assuma quando? E a partir de quando ela terá que apresentar melhorias?

Zeno Gonçalves: Ela tem que apresentar o plano das obras, o cronograma de investimento. A gente vai acompanhar. Ela tem gatilhos e prazos a cumprir. No segundo semestre, saindo o resultado, ela já assina contrato e inicia as tratativas. Obviamente, tem uma fase de transição. A gente acredita que já no fim deste segundo semestre de 2024 e em 2025, no primeiro semestre, já se comece a realizar os investimentos, e a gente perceba a mudança e melhoria ali na rodoviária.

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