Furtos de transformadores explodem no DF; média é de um crime por dia
Segundo a Neoenergia, desde 2022, bandidos furtam, diariamente, equipamentos responsáveis pela distribuição de energia no DF
atualizado
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A rede de energia do Distrito Federal sofre ataques diários de ladrões atrás do cobre presente em fios e nos equipamentos. Segundo a Neoenergia Brasília, o número de furtos de transformadores cresceu 57%, passando de 207 em 2021 para 325 em 2022.
O prejuízo saltou também. Segundo a empresa responsável pela distribuição de energia na capital federal, foram gastos na reposição dos equipamentos R$ 1,2 milhão no ano passado, contra R$ 620 mil em 2021, um aumento de 93,5%.
No sábado (4/2), criminosos furtaram transformadores no Gama. O resultado do crime foi filmado (veja abaixo). Técnicos foram acionados para reparar os danos e, neste caso, foi constatado que a ação dos ladrões não causou queda de energia na região.
Confira as imagens:
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSPDF), quem comete esse delito, se condenado, pode pegar de um a quatro anos de prisão, além de multa. Caso haja emprego de explosivo ou de artefato que cause perigo comum, a pena aumenta para no mínimo mais quatro anos de reclusão e multa.
Prejuízo com furto de fios
Além dos transformadores, os bandidos miram também os fios. Em 2021, a Neonergia registrou 444 casos, com um dano estimado de de R$ 1,07 milhão. No ano seguinte foram menos casos, 325, mas com prejuízo maior: R$ 1,7 milhão.
As regiões administrativas com mais ocorrências deste crime são Asa Norte, Águas Claras e Asa Sul.
“A Neoenergia esclarece que os furtos de cabos e transformadores são uma questão de segurança pública”, alertou a companhia.
Cobre
Segundo a empresa, os bandidos furtam os transformadores em busca do cobre. O material é revendido ilegalmente.
“Os bandidos atacam principalmente transformadores convencionais, sendo que o objetivo do furto são os componentes de cobre existentes em seu interior, vendidos de forma ilegal no mercado de sucata do DF”, ressaltou.
Os furtos de transformadores e cabos fragilizam a rede de distribuição ao ponto de causar apagões em diferentes regiões do DF.
Alumínio
A distribuidora diz que tem trabalhado em parceria com as forças de segurança pública para combater o avanço da prática criminosa.
A empresa iniciou a implantação de sistemas de segurança em subestações e galerias subterrâneas para limitar o acesso às instalações e repassar à polícia informações estratégicas para identificar e prender os criminosos.
Desde o segundo semestre de 2022, a Neoenergia passou a adquirir apenas transformadores ecológicos. Os aparelhos usam alumínio no lugar do cobre.
Segundo a companhia, foi investido R$ 6,3 milhões na instalação de mais de 500 destes equipamentos no DF.
A cada furto, a distribuidora registra boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF (PCDF). Diante da gravidade do problema, a Secretaria de Segurança Pública criou uma linha direta para denúncias da empresa.
Segurança Pública
Em nota enviada ao Metrópoles, a SSPDF afirma que a Polícia Militar (PMDF) orienta a população a ligar para o 190 em caso de suspeitas, “como pessoas paradas em locais ermos, próximos de caixas subterrâneas, ou quando perceberem a falta de energia em dias que não estejam chovendo, entre outros”.
A denúncia também pode ser feita para a Polícia Civil (PCDF), por meio do telefone 197, o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e o WhatsApp (61) 98626-1197.
“A SSP/DF ressalta que a Polícia Civil do DF (PCDF), realiza diversas operações com o objetivo de coibir crimes praticados contra a distribuidora de energia e reduzir as perdas decorrentes de tais atos. Existe um grupo de trabalho da segurança pública, da Neoenergia e da CEB, que está discutindo medidas para enfrentar essa modalidade criminosa”, acrescenta.