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Foto mostra advogada momentos antes de ser atropelada propositalmente no DF

Paulo Ricardo Moraes Milhomem está preso desde o dia em que atropelou Tatiana Matsunaga, em 25 de agosto de 2021

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Uma foto tirada pelo advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem mostra Tatiana Matsunaga, 40 anos, instantes antes de ser atropelada por ele, no Lago Sul, região nobre do Distrito Federal. A servidora pública está internada na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital particular desde o dia 25 de agosto, quando ocorreu o atropelamento.

A defesa do réu apresentou a imagem à Justiça, em resposta à acusação, na quarta-feira (15/9). A foto foi obtida pela coluna Grande Angular. “Ele queria sair da rua e a Tatiana tentou impedir com o próprio corpo”, afirmou à coluna o advogado de Milhomem, Leonardo de Carvalho. O desfecho do atropelamento, no entanto, contradiz a versão da defesa. Tatiana foi brutalmente atingida pelo carro quando estava a pé e desprotegida.

Milhomem continua preso em razão do atropelamento. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) o denunciou por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e a Justiça o tornou réu. Até o momento, ele teve quatro pedidos para deixar a cadeia negados.

Tatiana e Milhomem discutiram no trânsito. Depois, ela foi para casa, no Lago Sul, e o advogado a perseguiu e atropelou. O filho da servidora pública, de 8 anos, estava no carro com ela. Imagens de câmera de segurança mostraram a discussão e o momento em que Tatiana é atropelada pelo advogado. Veja a filmagem:

5 imagens
Tatiana saiu do carro para falar com Paulo Ricardo
Segundos depois de pegar um objeto no próprio carro, ela foi atropelada
Marido e filho da vítima presenciaram a cena
Em seguida, Paulo Ricardo deixou o local do crime
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Motoristas discutiram antes de atropelamento

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Tatiana saiu do carro para falar com Paulo Ricardo

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Segundos depois de pegar um objeto no próprio carro, ela foi atropelada

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Marido e filho da vítima presenciaram a cena

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Em seguida, Paulo Ricardo deixou o local do crime

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Pai de Tatiana, Luiz Sérgio Machado disse que a filha permanece internada na UTI e respirando com a ajuda de respirador.

“Ela está acordada, mas ainda não dá uma resposta efetiva de interação com a gente. Ela fica recebendo estímulo, mas ainda não dá uma resposta. Infelizmente, é só isso. Gostaríamos que ela estivesse avançado”, lamentou.

Sobre a alegação da defesa de Milhomem, o pai da vítima disse que “é ridícula” e que “não merece comentários”.

O advogado da família de Tatiana, Frederico do Valle Abreu, disse à coluna que a imagem é a mesma “de outro ângulo já mostrada pelo vídeo, que fala por si só”.

“Se a defesa busca sustentar com isso que Tatiana ofereceria ‘alguma ameaça’, a foto não demonstra absolutamente nada disso. Apenas demonstra o desespero de uma mãe buscando proteger o filho após ter sido perseguida por 3 quilômetros pelo autor do fato. Ela inclusive está ali, cerca de dois metros do carro do senhor Paulo Ricardo, sem oferecer qualquer risco. Novamente, a família de Tatiana apenas ressalta que os vídeos falam por si só, sendo que essas questões serão tratadas também na instrução”, afirmou Abreu.

Segundo o advogado, Tatiana “segue em estado gravíssimo em hospital de Brasília, nada justificando o ato do senhor Paulo Ricardo”.

Segredo de Justiça negado

A defesa de Milhomem pediu que o processo de habeas corpus tramite em segredo de Justiça. Segundo os advogados alegaram, a ação cita a filha de Milhomem, que é menor de idade e tem deficiência. No caso, a defesa do réu pede a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar alegando que Milhomem precisa cuidar da filha.

A solicitação de segredo de Justiça foi negada pelo relator do caso, desembargador Roberval Casemiro Belinati, na quarta-feira (15/9). O magistrado determinou que apenas os documentos referentes à criança sejam colocados sob sigilo.

“Ressalte-se, ainda, que a tramitação dos autos da ação penal de origem é pública, de modo que o presente habeas corpus, como processo incidental, deve seguir a mesma regra do processo principal”, escreveu o desembargador.

Na resposta à acusação, a defesa solicitou a revisão da prisão preventiva de Milhomem. E pediu, ainda, a alteração do crime ao qual o réu responde, passando de tentativa de homicídio qualificado para delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, que tem pena menor. Esses pedidos ainda não foram julgados.

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