Filipe Martins burlou sistema migratório ao viajar para os EUA, diz PF
O ex-assessor internacional Filipe Martins é suspeito de entregar minuta para golpe de Estado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
atualizado
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Filipe Martins, ex-assessor internacional do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preso na manhã desta quinta-feira (8/2), “burlou sistema migratório”, segundo a Polícia Federal.
O ex-assessor viajou a bordo do avião presidencial para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, “sem realizar o procedimento de saída com o passaporte em território nacional”.
“A burla ao sistema migratório caracteriza elemento essencial para auferir o dolo do investigado em se furtar a aplicação da lei penal”, disse a PF em trecho citado na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a megaoperação contra aliados de Bolsonaro nesta quinta-feira (8/2).
Filipe Martins teria sido o responsável por apresentar a Bolsonaro uma minuta de decreto para executar um golpe de Estado, com base em supostas interferências do Poder Judiciário no Executivo.
O documento também pretendia decretar a prisão de diversas autoridades, como os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O ex-assessor internacional de Bolsonaro foi preso pela PF em Ponta Grossa, no Paraná. Conforme mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, as autoridades demoraram a obter o paradeiro de Filipe Martins.
Antes das diligências da PF, nem o ministro Alexandre de Moraes sabia dizer onde Martins estava. Moraes comentou com os parlamentares que lhe entregaram o relatório final da CPMI do 8 de Janeiro, em outubro, que só havia obtido informações sobre Martins pela imprensa.