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Férias prolongadas? Previsão do próprio secretário de Saúde de que ninguém passa muito mais de seis meses no cargo pode se confirmar

Na primeira reunião de 2016 para resolver problemas da área, Fábio Gondim estava no Rio de Janeiro. Depois de declaração em entrevista ao Metrópoles, a relação dele com Rollemberg estremeceu

atualizado

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Manoela Alcântara/Metrópoles
Fábio Gondim, secretário de Saúde do DF
1 de 1 Fábio Gondim, secretário de Saúde do DF - Foto: Manoela Alcântara/Metrópoles

Falta de remédios, aparelhos quebrados, estrutura precária e uma população carente de atendimento médico. Não é de hoje que a saúde do Distrito Federal apresenta sinais de falência. Tão ruim das pernas quanto os hospitais está o secretário da área. E a previsão do próprio Fábio Gondim de que titulares da pasta que ele hoje ocupa não ficam mais de seis meses no cargo pode se concretizar em breve. Se a bola de cristal de Gondim estiver bem polida, ele perde o cargo em breve. Ao menos isso é o que se comenta nos bastidores do Buriti e até mesmo entre ex-integrantes do primeiro escalão.

Pelo Twitter, o ex-secretário da Casa Civil Hélio Doyle ironizou, nesta quarta-feira (6/1), o fato de Gondim estar de férias em um momento no qual o governador Rodrigo Rollemberg reuniu a cúpula da pasta para discutir os problemas do setor: “O pior é que o secretário de Saúde sequer tem direito legal a férias. Disse que está cansadinho de trabalhar muito…”.

Nos bastidores, a aposta é de que o subsecretário de Administração-Geral da pasta, Marcello de Nóbrega, assumirá o cargo. Ele é um dos responsáveis pelos contratos com fornecedores de medicamentos.

Resistências
O desgaste do chefe da pasta não é novidade. Engenheiro civil por formação, consultor legislativo do Senado Federal e ex-secretário de Gestão e Previdência do governo de Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão, Gondim nunca foi bem visto pela categoria. Ele entrou no governo do DF em julho para substituir o então secretário de Saúde, João Batista. A missão era ampliar a atenção primária aos brasilienses, mas as críticas e as reclamações da população continuaram. Não deu certo.

Em 30 de dezembro, a situação de Gondim piorou . Além de não ter o apoio dos sindicatos e dos médicos, ele chateou o governador. Em entrevista ao Metrópoles, questionou uma decisão do Ministério Público e ainda desabafou: “Quando não é o Tribunal de Contas, é o Ministério Público. A gente não consegue fazer nada para melhorar o atendimento. Agora entendo por que os secretários de Saúde ficam seis meses no cargo e as empresas, décadas.”

Depois da declaração, o governador Rodrigo Rollemberg convocou uma reunião com integrantes da Saúde para discutir os problemas do setor. Foram ao encontro diretores dos 16 hospitais da rede pública, representantes das coordenações regionais de Saúde e a secretária adjunta do setor, Eliene Berg. Na ocasião, ela afirmou que uma das principais dificuldades do setor é a desorganização das escalas dos profissionais. Enquanto isso, Gondim estava no Rio de Janeiro. Tirou férias.

Com reportagem de Manoela Alcântara

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