Federação quer barrar cessão de loterias para subsidiária da Caixa
Debate será na tarde desta 4ª feira, na Comissão de Administração da Câmara dos Deputados. Federação de servidores do banco é contra medida
atualizado
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A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) se manifestou contrariamente à tentativa de transferência da responsabilidade sobre as operações das loterias para uma eventual subsidiária do banco. O assunto será tema de audiência pública na Comissão de Administração e Serviço Público (Casp) da Câmara dos Deputados às 14h desta quarta-feira (3/4).
A movimentação pela transferência das atividades ganhou destaque após a Caixa Econômica Federal convocar uma reunião de urgência para tratar do tema, no último dia 18.
Após tomarem conhecimento do assunto, a Fenae e a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminharam carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por meio da qual manifestaram posicionamento contrário à medida.
Na mesma data, funcionários do banco também promoveram um ato público em Brasília, para cobrar a derrubada da proposta. A audiência na Câmara foi proposta pelos deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Tadeu Veneri (PT-PR).
Convidado para participar da audiência pública, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, acredita que a medida colocará em risco importantes investimentos em áreas sociais.
“Este método de privatização disfarçada é conhecido. Transferem as operações para uma subsidiária e, em seguida, privatizam a empresa, pois a criação e a venda de subsidiárias não precisa de aprovação do Congresso [Nacional]. Isso causará um dano irreparável às áreas sociais que recebem repasse de cerca de 40% da arrecadação das loterias. Se forem vendidas, esse recurso, que, no ano passado, foi superior a R$ 9 bilhões, seria o lucro da empresa privada”, alertou Sérgio.
O presidente da federação acrescentou que se preocupa com a possibilidade de andamento da medida pelo fato de as loterias serem “fundamentais para redução das desigualdades sociais” no país e porque “cerca de 40% do lucro da Caixa Loterias” é usado para investimentos em saúde, educação e projetos sociais.
“Segundo dados divulgados pelo banco, em 2023, dos R$ 23,4 bilhões arrecadados em loterias, R$ 9,2 bilhões foram para destinação social”, completou Takemoto.
Além do presidente da Fenae, participarão do debate a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira; a conselheira eleita para o Conselho de Administração da Caixa, Fabiana Uehara; o vice-presidente da Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (Febralot), Ricardo Amado Costa; e o jornalista Luis Nassif.