Fadi Faraj celebra culto para novos policiais militares
O evento oficial integra o calendário de encerramento do 6º Curso de Formação de Praças da PMDF. Investigação contra pastor foi arquivada
atualizado
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O pastor Fadi Faraj celebrou, na noite da última terça-feira (07/01/2020), culto de ações de graças aos formandos do 6ª Curso de Formação dos Praças da Polícia Militar do DF.
O evento oficial foi realizado na igreja comandada pelo religioso, em Taguatinga, e reuniu mais de 4 mil pessoas.
Na pregação, Faraj rasgou elogios à corporação. “A melhor polícia do Brasil”, disse. “Vocês enfrentarão situações que vão além da capacidade de ação de vocês. Mas mantenham a fé que Deus os guiará”, recomendou o pastor aos novos militares.
A celebração foi transmitida ao vivo nas redes sociais da PMDF. Um compilado dos melhores momentos, incluindo a presença de Fadi, foi publicado pela corporação na manhã desta quarta-feira (08/01/2020).
Veja:
Em outubro de 2019, O Livre, parceiro do Metrópoles em Mato Grosso, revelou que quatro mulheres que frequentavam a igreja Ministério da Fé acusam o pastor Fadi Faraj de assédio e abuso sexual. Os casos teriam ocorrido entre 2005 e 2010.
Três das supostas vítimas fizeram denúncia à Promotoria de Justiça de Taguatinga, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O processo corria sob sigilo e foi arquivado.
Fadi, segundo-suplente do senador José Antônio Machado Reguffe (Podemos-DF), é chamado de “apóstolo”, o cargo mais alto do templo religioso no qual a irmã dele — a ex-deputada distrital Sandra Faraj (PTB) — também prega.
Em 2018, Fadi Faraj concorreu ao Senado pelo DF. Ele ficou em quarto lugar, com 268.078 votos, e não se elegeu. Ficou atrás de Leila do Vôlei, Izalci Lucas e Cristovam Buarque.
Operação Heméra
Fadi Faraj e a irmã dele, a ex-deputada distrital Sandra Faraj, foram investigados no âmbito da Operação Heméra (deusa grega da mentira).
A ação apurou, em 2017, um esquema de uso irregular de verba indenizatória, além da suposta cobrança de parte dos salários de servidores comissionados nomeados pela parlamentar — ou por indicação dela e do irmão — na estrutura do GDF e da Câmara Legislativa. Porém, o caso foi arquivado pela Justiça.
Fadi Faraj não atendeu a ligação da Grande Angular. Sobre as acusações, o religioso disse que “são um absurdo, uma mentira”.
“Meu Deus, não sabia dessas acusações. Só Deus vai saber por que estão fazendo isso contra mim”, afirmou logo que as denúncias foram reveladas.
A PMDF afirmou que a escolha do templo ocorreu por causa da logística, da quantidade e qualidade de atendimentos dos alunos e familiares. “Não podemos comentar sobre uma situação que ainda não foi transitado em julgado, tendo em vista estar infringindo a lei de abuso de autoridade”, afirmou o órgão em nota.