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Extremistas falam em invadir Congresso, driblar polícia e dão dicas sobre gás

Grupos de direita que não aceitam a vitória de Lula (PT) como presidente da República se articulam em nova manifestação violenta

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
spray de pimenta
1 de 1 spray de pimenta - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Extremistas que não aceitam a vitória de Lula (PT) como presidente da República planejam uma nova manifestação em Brasília, desta vez mais violenta.

O ato deve ocorrer na próxima segunda-feira (9/1), na Praça dos Três Poderes. Em áudios obtidos pela coluna, integrantes dos grupos de organização da manifestação falam em atiçar apoiadores do movimento para que eles compareçam com “sangue nos olhos” e se prepararem para levar tiro de borracha.

“A ideia é essa: não é ir para ficar com paz e amor, não. É para entrar, não com flor… É para ir já sabendo que vai levar borrachada e uns tiros”, diz.

Ouça o áudio na íntegra:

Em outro áudio, um segundo homem diz que haverá invasão ao Congresso Nacional. “Se preciso for, de maneira pacífica, ordeira, nós iremos, sim, invadir, entrar na casa do povo, que é o Congresso. Sem nenhum tipo de violência, apenas de forma ordeira e pacífica. Nós temos esse direito”, diz. 

Outro áudio que circula entre os grupos de direita incentiva ato “inteligente” para impedir atuação da polícia. O homem diz que a manifestação deve ocorrer para fechar o Congresso com “pau”, “martelo” e “prego gigante”. O objetivo seria negociar a “destituição dos Poderes” e convocar novas eleições.

“Já era, acabou QG. Já era. Agora é tomar outra atitude. A gente tem que ser inteligente, porque se a gente anuncia isso de uma maneiram muito assim, o que acontece: a polícia se movimenta, entendeu?! Aí complica mais. Mas, se a gente tiver 1 milhão de pessoas, aí esquece. A polícia não tem como combater”, diz.

Ouça os áudios:

Os grupos também orientam como minimizar os efeitos do gás lacrimogêneo, geralmente utilizado pela Polícia Militar para dispersão de manifestações violentas.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições de outubro, estão há mais de dois meses em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, e em outras unidades da Força pelo país. Eles pedem intervenção das Forças Armadas para impedir a posse de Lula, o que não ocorreu. O movimento foi reduzido consideravelmente nos últimos dias após o petista assumir a Presidência.

Operação Nero

Em 12 de dezembro, um grupo extremista depredou prédios, pôs fogo em carros e ônibus no centro de Brasília. No último dia 29, a Polícia Civil do DF e a Polícia Federal deflagraram a Operação Nero, que teve como alvos os vândalos.

As equipes cumpriram 32 mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além do DF, a Operação Nero foi deflagrada simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

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