Exército muda barreira e amplia área onde bolsonaristas estão acampados
Alterações no tráfego do local visam “criar melhores condições para a circulação de pessoas e veículos”, segundo o Exército
atualizado
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Uma alteração feita pelo Exército Brasileiro nas barreiras de proteção instaladas em frente ao Quartel-General (QG) em Brasília ampliou a área onde manifestantes pró-Bolsonaro estão acampados desde o fim das eleições, em 30 de outubro.
A equipe do Metrópoles percebeu que, na quarta-feira (14/12), houve uma mudança no controle de trânsito de veículos da área. Agora, a barreira física está mais distante do centro do acampamento, ou seja, foi aberto mais espaço para circulação no local onde os manifestantes estão.
Anteriormente, alguns militares apenas auxiliavam o intenso fluxo de veículos e pessoas que rondavam o acampamento, sem o controle do acesso por uma espécie de “portaria” improvisada. A entrada pela via foi negada à reportagem, com a justificativa de que seriam “ordens do general”.
Veja como está hoje o bloqueio da área:
Para se aproximar do acampamento, é necessário trafegar por uma estrada de terra (veja fotos abaixo).
Em resposta, o Exército informou que o Comando Militar do Planalto tomou medidas para “permitir o fluxo de pessoas que moram e trabalham no Setor Militar Urbano” e não especificou qual general teria determinado a instalação da barreira que amplia a área onde os bolsonaristas fazem vigília desde o encerramento das eleições.
A decisão ocorre na semana em que foram registrados atos violentos no centro de Brasília. Parlamentares e entidades pediram o fim do acampamento, especialmente após a confirmação pelo secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo, de que parte dos vândalos se abrigam naquele local.
Segundo o Exército, “as alterações realizadas no tráfego local visam criar melhores condições para a circulação de pessoas e veículos, bem como possibilitar mais controle e segurança para todos”.
Público
O Exército informou que o acampamento em frente ao QG em Brasília registra visitas de, em média, 300 a 500 pessoas por dia útil. Aos fins de semana, o público que questiona a eleição de Lula (PT) para presidente da República sobe para 1,5 mil a 2,5 mil cidadãos.
Na terça-feira (13/12), o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado distrital Fábio Felix (PSol), pediu ao Comando Militar do Planalto para remover o acampamento.
Segundo o parlamentar, cidadãos manifestaram preocupação com a própria segurança e de seus familiares em relação à manutenção do acampamento. “Solicitamos que o Comando Militar do Planalto providencie a remoção e dispersão imediata do acampamento organizado em frente ao Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano.”
A reportagem questionou o Exército sobre a permanência do acampamento. O órgão encaminhou uma nota, emitida em 11 de novembro, na qual afirma que “são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade”.