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Endocrinologista Flavio Cadegiani é inocentado em processos nos CRMs do AM e RS

Flavio Cadegiani era investigado por supostas irregularidades em estudo com medicamento proxalutamida em pacientes com Covid-19

atualizado

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Flávio Cadegiani
1 de 1 Flávio Cadegiani - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

O médico endocrinologista Flavio Cadegiani foi inocentado em dois processos administrativos nos quais era investigado por supostas irregularidades em estudo com medicamento proxalutamida, administrado em pacientes com Covid-19.

Cadegiani é doutor em endocrinologia clínica e bastante conhecido em Brasília, especialmente por tratamento contra obesidade. No Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM), foi declarado inocente no dia 3 de abril de 2023.

A 1ª Câmara de Julgamento do CRM-AM absolveu o endocrinologista pro unanimidade, junto ao médico Daniel do Nascimento Fonseca, diretor técnico do grupo Samel.

A relatora do caso no CRM-AM, médica Danielle Monteiro Fonseca da Silva, entendeu que Cadegiani provou “não ter vínculo com a indústria farmacêutica, tampouco divulgou informações inverídicas, mostrando, apenas, os resultados animadores das pesquisas.”

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) também considerou Cadegiani como inocente no caso.

O Cremers abriu o procedimento de investigação a partir de denúncia do Ministério Público Federal (MPF), segundo a qual o estudo clínico teria sido realizado sem aprovação dos órgãos competentes.

O conselho da categoria médica no RS apontou que o estudo do endocrinologista foi aprovado regularmente pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) antes da realização, em janeiro de 2021.

Segundo o Cremers, não era necessária autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realização do tratamento, por tratar-se de experimento acadêmico, e não de estudo regulatório para fins comerciais.

Em sessão realizada no dia 5 de outubro de 2022, a 5ª Câmara do Cremers aprovou, por maioria, o parecer do conselheiro Luciano Zogbi Dias, segundo o qual o estudo dos médicos estava “de acordo com os princípios éticos e com a legislação vigente”.

Dias destacou que, à época, o mundo enfrentava grande mortalidade da pandemia, a população ainda não estava vacinada, e o tratamento contra Covid-19 “era meramente sintomático”. “Momentos nebulosos que geraram protocolos emergenciais de pesquisa e de tratamento para Covid”, disse.

O conselheiro afirmou que os resultados da pesquisa com a protaluxamida foram “extremamente animadores, revelando efeitos estatisticamente significativos na redução do dano pulmonar ocasionado pela Covid, mesmo no curto período de tratamento e, também, por não ter havido dano aos pacientes testados pela droga”.

No processo, o doutor em endocrinologia clínica pontuou que, no segundo semestre de 2020, realizou uma pesquisa científica devidamente autorizada pela Conep, em que usou a proxalutamida para tratamento da Covid-19 em pacientes ambulatoriais com casos leves ou moderados.

Com o avanço da pesquisa, Cadegiani apresentou, em janeiro de 2021, outro projeto para apreciação da Conep. Desta vez, seria um ensaio usando o medicamento em pacientes com Covid-19 hospitalizados. Novamente, a Conep analisou e aprovou o protocolo dessa nova pesquisa.

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