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Em protesto contra impeachment, Ricardo Vale falta a evento da OAB

Para o petista, ao protocolar na Câmara dos Deputados o pedido de impedimento da presidenta Dilma, a Ordem tomou uma posição em defesa de um suposto golpe político que estaria em curso no Brasil

atualizado

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Ricardo Vale
1 de 1 Ricardo Vale - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O deputado distrital Ricardo Vale (PT) levou ao pé da letra a Lei do Silêncio, que seria debatida na noite desta terça-feira (29/3) em um encontro promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF). O parlamentar preferiu não dar um pio no evento. Ou melhor: o petista sequer deu o ar da graça.

Em uma extensa nota enviada à imprensa, Vale explicou os motivos pelo qual desistiu de comparecer ao debate. Segundo ele, ao protocolar na Câmara dos Deputados o pedido de impeachment da Presidenta Dilma, a OAB tomou uma posição em defesa de um suposto golpe político que estaria em curso no Brasil.

Na nota, o petista afirma que a atitude da Ordem foi de natureza política, sem fundamento jurídico, tendo em vista que inexiste crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff. “A OAB não pode estar a serviço de interesses políticos de partidos ou de grupos que não respeitam o resultado das urnas. A Ordem deveria promover a justiça e o fortalecimento da democracia”, afirmou a nota de Ricardo Vale.

Em tempos de crise e muitos embates políticos, o petista parece ter seguido aquele famoso provérbio chinês que diz: “A palavra é prata, mas o silêncio, é ouro”.

NOTA À IMPRENSA

Levando em consideração a decisão da OAB, no dia de ontem, em protocolar na Câmara dos Deputados um pedido de impeachment da Presidenta Dilma, o deputado distrital Ricardo Vale decidiu cancelar sua participação no debate promovido pela OAB/DF para tratar da Lei do Silêncio. A agenda acontecerá na noite de hoje, 29/03/16.

Leia a íntegra da nota encaminhada à OAB-DF:

NOTA DE ESCLARECIMENTO À ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL NO DISTRITO FEDERAL

Porque não vou à agenda de hoje na Ordem dos Advogados do Brasil:

Fui convidado a participar de uma agenda, no dia de hoje, 29/03, para tratar sobre a Lei do Silêncio, na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Distrito Federal.

Acontece que ontem, ao protocolar na Câmara dos Deputados o pedido de impeachment da Presidenta Dilma, a OAB tomou uma posição em defesa do golpe político que está em curso no Brasil. Diante disso, resolvi não comparecer ao debate. E justifico:

1 – A atitude da Ordem dos Advogados do Brasil foi de natureza política, sem fundamento jurídico, tendo em vista que inexiste crime de responsabilidade cometido pela presidenta Dilma;

2 – A OAB está querendo confundir a população, tentando insinuar que esse pedido de impeachment protocolado tem a ver com a Operação Lava Jato, quando, na verdade, o processo de impedimento em curso diz respeito às “Pedaladas fiscais”;

3 – A decisão do Conselho Federal da OAB foi arbitrária e oportunista, o que gerou descontentamentos na classe de advogados, acadêmicos e juristas que lutam pelo fortalecimento do Estado de Direito Democrático no Brasil, pois a decisão não representa a opinião da totalidade da categoria;

4 – A OAB não pode estar a serviço de interesses políticos de partidos ou de grupos que não respeitam o resultado das urnas. A Ordem deveria promover a justiça e o fortalecimento da democracia;

5 – A OAB, com esta posição, incorre no mesmo erro cometido em 1964, quando apoiou o golpe que originou a ditadura militar, um dos piores episódios da história do Brasil;

6 – Externo minha mais profunda indignação com a forma como a OAB decidiu ignorar a Constituição do Brasil e enveredar pelo caminho do partidarismo, da política golpista e antidemocrática;

7 – Portanto, neste momento, acho inviável minha participação em qualquer evento da OAB, agradeço o convite e peço desculpas a todas e todos pela minha ausência no debate.

Com reportagem de Carlos Carone

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