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Em ofício a Moro, GDF questiona “silêncio” sobre Presídio Federal

Anderson Torres, em documento, pede esclarecimentos sobre o grau de ameaça ao qual a população da capital da República está exposta

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presídio federal de brasília
1 de 1 presídio federal de brasília - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, enviou documento ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmando que “não se justifica esse ‘silêncio’ dos órgãos federais” sobre o perigo do Presídio Federal de Brasília.

No texto, o titular da pasta local pede esclarecimentos sobre o grau de ameaça ao qual a população da capital da República está exposta em razão da permanência de líderes do crime no presídio.

“Como é cediço a segurança pública nas ruas e avenidas do Distrito Federal é nossa atribuição e por essa razão não se justifica esse ‘silêncio’ dos órgãos federais que, em última análise, pode ensejar um incidente extremamente grave caso haja uma situação de emergência que as polícias locais precisem agir”, diz o ofício.

Segundo o secretário, as informações são necessárias para organizar as forças de segurança do DF a fim de “fazer frente a eventuais ameaças perpetradas por essas organizações criminosas”.

Na avaliação do GDF, a transferência de líderes do crime para a unidade penitenciária de Brasília é um “erro estratégico”, porque a capital da República abriga sede dos Três Poderes e embaixadas de outros países.

O documento diz ainda que “se depreende de tudo que a imprensa tem divulgado” que o Distrito Federal está próximo de “um incidente que extrapola os muros da unidade prisional federal e tem a capacidade de expor a sério risco a vida, a tranquilidade e o patrimônio dos cidadãos que aqui residem”.

Operação

No início de janeiro, uma megaoperação foi deflagrada para coibir a consolidação do PCC no DF. Segundo as investigações, o grupo era dividido em núcleos específicos. Uma parte se dedicava às práticas criminosas e a outra tentava estabelecer condições para o desenvolvimento e a permanência na capital federal, uma vez que a alta cúpula da facção está no Presídio Federal de Brasília.

Entre os presos que fugiram na madrugada de domingo (19/01/2020) do presídio Pedro Juan Caballero, no Paraguai, há comparsas de líderes do PCC detidos na unidade do DF.

Em 20 de dezembro de 2019, o Metrópoles noticiou, com exclusividade, que um plano de resgate do líder do PCC Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, levou o governo federal a intensificar a segurança no complexo.

“O que se depreende de tudo que a imprensa tem divulgado (plano de resgate no presídio, fuga de presos [PY e AC], da presença do Exército na segurança do presídio) e da movimentação da estrutura já trazida para o DF por esses criminosos, é que estamos próximos a um incidente que extrapola os muros da unidade prisional federal e tem capacidade de expor a sério risco a vida, a tranquilidade e o patrimônio dos cidadãos que aqui residem”, disse Torres.

Confira, na íntegra, o documento enviado a Moro: 

 

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